Europa e América Latina condenam sentença contra Saddam

A União Européia (UE) ratificou, nesta sexta-feira (29/12), que é contra a condenação do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein à pena de morte e pediu que sua execução seja evitada. Também se manifestaram neste sentido os governos do Chile e Espanha.

“A União Européia se opõe à pena de morte”, disse o ministro das Relações Exteriores finlandês, Erkki Tuomioja, na presidência de turno da UE. A sentença, advertiu Tuomioja, em uma coletiva de imprensa em Helsinki, “não deve ser aplicada”.


 


O premier espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, também se pronunciou contra a decisão judicial, alegando ser contrário à pena capital. “Todos os ditadores devem responder por suas ações”, disse Zapatero à imprensa, enquanto advertiu que não se pode apoiar a sentença contra Saddam.


 


Na América Latina, o governo chileno também condenou a sentença, juntando-se assim aos países que se esforçam para impedir que a pena do presidente iraquiano destituído se concretize. O chanceler sub-rogante Alberto Van Klaveren afirmou que setores como o Vaticano irão intervir para evitar a execução.


 


“Por razões de princípios, fazemos parte dos países que realizam campanhas ativas para a suspensão da pena de morte nas nações onde ela ainda existe”, disse Van Klaveren a rádio Bío Bío. “Estamos acompanhando de perto o julgamento contra Saddam Hussein. Acreditamos que a aplicação da pena de morte de forma tão imediata é contra nossos princípios”, disse o chanceler que deixou claro que, ainda assim, seu país respeita as decisões “internas” dos outros países.


 


Segundo Van Klaveren, a execução de Saddam “pode representar uma complicação do ponto de vista da estabilidade do Iraque”. “Trata-se de suspeitas de crimes atrozes e pode-se aplicar no caso de Saddam o conceito de genocídio, porque há muitos dados que comprovam isso, mas não corresponde à justiça aplicar a pena de morte”, disse.