Brasileiro é alvo de racismo na Bulgária

O atacante brasileiro Marcelo Gonçalves, o Vavá, do time búlgaro Belasitsa Petrich, foi alvo de racismo de jogadores e torcedores da equipe Lokomotiv Sofia em partida da última sexta-feira da liga búlgara.  

 
O jogador foi humilhado com palavras, barulhos e gestos racistas durante o jogo em que foi expulso no Lokomotiv Stadium, na capital búlgara.

O árbitro Alexander Kostadinov expulsou o brasileiro no segundo tempo após uma desavença com Kristian Dobrev, jogador do Lokomotiv. O brasileiro disse que foi provocado durante toda a partida.

"Ele (Dobrev) me ofendeu muitas vezes e eu apenas não consegui mais suportar esse tratamento", disse Vavá, de 29 anos.

Seu companheiro de time Kiki Musampa também sofreu com o comportamento preconceituoso dos adversários. "Eles não pararam de nos ofender. Fui chamado de macaco durante toda a partida e Antunovich e Karadzhinov me agrediram também fisicamente", contou após o confronto.

Mesmo com 10 jogadores, o Belasitsa venceu o Lokomotiv por 1 a 0. O Belasitsa é o sétimo na liga, com 26 pontos conquistados em 20 partidas. O Lokomotiv é o terceiro com 39 pontos.

"Todos no estádio ouviram as ofensas raciais" disse o presidente do Belasitsa, Kostadin Hadzhiivanov. "Vamos informar a federação búlgara (BFU) e esperamos que alguma atitude seja tomada", completou.

Recentemente, o presidente da BFU, Borislav Mihailov, ameaçou punir com a exclusão da liga e a perda de pontos os times que apresentarem comportamento racista dentro e fora de campo. Mihailov discutiu o problema com dirigentes da Uefa em um encontro em Budapeste, em março.

Os casos de preconceito contra jogadores negros no futebol búlgaro têm sido constantes nas últimas temporadas. O CSKA Sofia foi punido em 19.500 euros após racismo contra o atacante francês Djibril Cisse nas eliminatórias da Liga dos Campeões, em partida contra o Liverpool em agosto do ano passado.

Fonte: UOL Esporte