Nivaldo rebate petista e defende reeleição de Aldo na Câmara

O deputado estadual Nivaldo Santana (PCdoB-SP) contestou as declarações que seu colega de Assembléia Legislativa Cândido Vaccarezza (PT-SP) deu à Folha de S.Paulo desta segunda-feira (25/12). Vaccarezza – que é contrário à reeleição de Aldo Rebel

“Não queremos hegemonia sobre aliados, só respeito à proporcionalidade”, disse o parlamentar petista, que vai assumir uma cadeira na Câmara, “Vale lembrar que o PCdoB sempre ocupou espaço maior do que sua representatividade nos governos petistas”, acrescentou, sem citar dados que sustentem sua afirmação.


 


Em breve artigo para o Vermelho, Nivaldo mostra que o PT está agindo, mais uma vez, com “exclusivismo puro”. Segundo o comunista, ao PCdoB são destinadas, invariavelmente, “pastas de baixo orçamento”. Mesmo assim, o partido continua sendo o aliado mais fiel ao PT.


 


Em contrapartida, diz Nivaldo, os petistas não demonstraram lealdade ao PCdoB em definições importantes. Omitiram-se, por exemplo, na luta contra a cláusula de barreira, que só foi derrubada no Supremo Tribunal Federal.


 


Confira o artigo


 


Não ao exclusivismo


 


Por Nivaldo Santana



 


Cláusula de barreira, eleição da Mesa da Câmara Federal, governo de coalizão. Parece que a atual agenda política do País tem jogado cascas de banana no caminho percorrido pelo PT e pelo PCdoB.


 


Hoje mesmo, em pleno Natal, dia que clama pela concórdia, o deputado federal Cândido Vaccarezza, eleito pelo PT de São Paulo, dispara mais um torpedo contra o PCdoB.


 


A Folha de S.Paulo publica frase do parlamentar dizendo que o PCdoB “sempre ocupa” mais espaços nos governos petistas do que a real força dos comunistas.


 


Dizendo-se não-hegemonista e defensor da proporcionalidade, Vaccarezza – que é ligado ao ex-ministro José Dirceu – resolve ampliar a lista das pendências do PT com o PCdoB.


 


Primeiro foi a silenciosa e derrotada torcida para a manutenção da cláusula de barreira, que entre outros estragos impediria o pleno funcionamento parlamentar do PCdoB.


 


Depois, a resistência contra a candidatura à reeleição do deputado federal Aldo Rebelo à presidência da Câmara. A divisão na base aliada ressuscita o fantasma Severino.


 


Agora, a investida do PT é contra a “perda de espaço” no governo de coalizão proposto por Lula. A lógica que move essas idéias não tem outro nome. É exclusivismo puro.


 


Vamos aos fatos: os postos ministeriais ou de secretarias ocupados pelo PCdoB em administrações petistas, em sua maioria, são de menor orçamento.


 


Salvo algumas raras exceções, os espaços do PCdoB são inferiores à sua influência política e social. Tudo isso sem se considerar o fato de os comunistas serem os mais antigos e leais aliados do PT.


 


Quando se analisa o primeiro governo Lula, vê-se que muitos ministros não-petistas foram fundamentais para garantir o êxito do governo e a difícil travessia nos períodos críticos de crise.


 


Em sentido contrário, muitos cardeais petistas, no governo e no PT, tiveram dificuldades em seus mandatos. Parte deles, inclusive, acabou se afastando de suas tarefas para não prejudicar Lula.


 


Diz o ditado popular que cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém. Humildade e amplitude também não, acrescento eu.