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Estudo do DIEESE revela que desemprego ainda é maior para as mulheres em Porto Alegre

Porto Alegre apresentou a menor taxa de desemprego feminino dentre seis regiões metropolitanas pesquisadas para o estudo 'A inserção das mulheres no mercado de trabalho metropolitano em 2005', feito pelo Dieese. A Capital tamb&ea

O índice de desemprego feminino é cerca de seis pontos percentuais maior e os salários são 16,2% menores. 'Porto Alegre perde a aura democrática quando analisamos esses dados', afirmou a coordenadora da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Dieese, Lucia Garcia.

Para ela, a região Metropolitana de Porto Alegre apresenta melhor qualidade de vida, mas a desigualdade penaliza sobretudo mulheres, negros e jovens. As mulheres representam 45,4% da População Economicamente Ativa (PEA). No entanto, são 55% do contingente de desempregados. A taxa de desemprego da PEA feminina na Capital, destacou Lucia, é a menor dentre as regiões pesquisadas, de 17,6%. Porém, ainda é significativamente maior que a taxa de desemprego masculina, de 11,9%. 'Mesmo aqui, onde a taxa de desemprego é menor, a distância é mais ou menos a mesma, de seis pontos percentuais', acrescentou.

A diferença nos salários pagos para homens e mulheres muitas vezes é creditada a uma menor jornada de trabalho ou à qualificação inferior, argumentos descartados por Lucia. 'A pesquisa trabalha com o rendimento por hora e as mulheres têm maior escolaridade que os homens', afirmou. Para ela, existe uma causa principal para esta diferença: o progresso na carreira é mais difícil para as mulheres, ou seja, é mais comum haver homens ocupando cargos de chefia, o que resulta em salários maiores. 'A área de saúde, por exemplo, é fundamentalmente feminina, mas os grandes cirurgiões são sempre homens', disse.

O percentual de mulheres em situação de trabalho vulnerável (sem garantias trabalhistas) tem sofrido redução, mas ainda está em maior proporção que os homens. Em 1998, elas representavam 36,1% das pessoas em situação de trabalho vulnerável. Hoje, são 33,9%, mas o número ainda é muito superior ao índice masculino, de 24,2%.
 
Fonte: Correio do Povo NET