Exposição fotográfica traz a história do movimento pela anistia

Uma exposição fotográfica que marca os 27 anos da Anistia no Brasil será aberta hoje (11/12), às 19 h, no Goethe-Institut Salvador-Bahia. Parte da programação da mostra, também acontecerá na terça-fei

A exposição, promovida pelo Grupo Tortura Nunca Mais, faz parte do projeto MEMORIAL DA ANISTIA NA BAHIA e mostra o período da história do Brasil compreendido entre os anos de 1964 e 1985 – época em que o país esteve submetido ao regime militar.


Numa viagem ao passado recente do país, a mostra recupera a memória do golpe militar que no dia 31 de março de 1964 mergulhou o país numa ditadura que durou 21 anos. Os tanques na frente do Congresso Nacional, as passeatas estudantis, as prisões, mortes e torturas a que foram submetidos os opositores do regime poderão ser vistas em grandes painéis.


 


Anistia
 


Em 2006, a Lei da Anistia no país completou 27 anos. Assinada no dia 28 de agosto de 1979 pelo general Figueiredo, não foi a Anistia Ampla Geral e Irrestrita pedida pela população. No entender dos familiares dos mortos e desaparecidos, a lei foi parcial e restrita, dividindo os brasileiros em dois campos: os que mereciam perdão e os que deveriam ser eternamente condenados. Conforme a Lei, não havia como fazer uma auto-declaração de anistia. Era necessário que a Justiça Militar se pronunciasse, e esta o fazia individual e nominalmente. Assim, a Anistia foi concedida àquelas pessoas processadas formalmente pela Justiça Militar, enquadradas na Lei de Segurança Nacional (LSN).



 


Muitos presos políticos não foram beneficiados e permaneceram nos cárceres até que a reformulação da Lei de Segurança Nacional atenuou suas penas. Eles foram soltos em liberdade condicional e viveram nessa condição durante muitos anos. A anistia conquistada trouxe ao país os presos políticos, exilados e clandestinos, mas os mortos e desaparecidos não voltaram sequer na forma de um atestado de óbito.



 


A mostra é mais uma oportunidade para que as novas gerações conheçam a sua história, resgatem os acontecimentos dos anos de chumbo e discutam o motivo dos arquivos secretos da ditadura ainda não terem sido revelados. Devem se fazer presentes vários militantes do movimento pela Anistia na Bahia. Segundo a presidente do Tortura Nunca Mais da Bahia, Diva Santana, irmã da guerrilheira do Araguaia Dinaelza Coqueiro,  esta exposição mostra o sentido histórico da Anistia e o valor da luta democrática para a juventude e os brasileiros.



 


A exposição, que já foi apresentada na Câmara dos Deputados em Brasília, ficará  aberta ao público de Salvador até o próximo dia 20 de dezembro.