Iraquianos revoltados enterram vítimas de massacre dos EUA

Moradores revoltados de uma vila ao norte de Bagdá disparavam tiros para o ar e clamavam “Deus é grande” enquanto enterravam as vítimas do mais recente massacre cometido por forças americanas de ocupação.

O comando militar dos ocupantes alegou que o ataque aéreo ocorrido na sexta-feira (8/12) havia sido levado contra “militantes da al-Qaida”, a suposta rede terrorista dirigida por Osama bin Laden. O bombardeio, contra a vila de Jalameda, próxima a Ishaqi (90 km a norte de Bagdá) massacrou 20 “militantes”, dentre as quais duas mulheres, segundo os militares norte-americanos.


 


Mas autoridades locais em Jalameda revelaram que houve 17 vítimas, entre elas seis mulheres e cinco crianças. Parentes mostraram os corpos das crianças a jornalistas.


 


Centenas de moradores de Jalameda, uma vila predominantemente sunita, marcharam por Ishaqi no sábado, disparando tiros e carregando cartazes com os dizeres: “O povo de Ishaqi condena o assassinato em massa pelas forças de ocupação”.


 


Os corpos, envoltos em tecido branco, foram colocados em fileiras no chão, enquanto se realizavam orações. Depois, os corpos foram enterrados.


 


“Pedimos aos americanos para que sejam misericordiosos. Eles matam civis alegando que são terroristas. Ishaqi é uma catástrofe”, disse Adnan al-Dulaimi, líder do maior bloco sunita do Parlamento.