Gil: Cultura entra em nova etapa com dados do IBGE

O ministro da Cultura, Gilberto Gil, comemorou o Sistema de Informações e Indicadores Culturais – um documento divulgado na manhã desta quarta-feira (29/11), no Rio de Janeiro (RJ). Trata-se do resultado de dois anos de intensa troca e de mútuo apren

“Os números, as tabelas, os gráficos, os indicadores e as informações sobre cultura que hoje o IBGE divulga representam e inauguram uma nova etapa na gestão das políticas públicas de cultura”, afirmou Gil. “Formam um dos principais resultados desses quatro anos de nossa gestão no MinC. São números que consolidam a possibilidade de um acompanhamento objetivo das nossas políticas, que extravasam a gestão federal e podem influenciar as diretrizes culturais dos estados e dos municípios brasileiros.”


 


O ministro lembrou que, antes do estudo do IBGE, as atividades culturais brasileiras que permeavam a educação e as telecomunicações não eram contempladas. “O que antes era desconsiderado e estava invisível, no campo da cultura, torna-se agora cognoscível, passa a ser medido e periodicamente analisado.”


 


De acordo com Gil, o IBGE se dedicou com enorme aplicação sobre os desafios conceituais e técnicos da tarefa de traduzir em números e cifras a dimensão econômica da cultura no Brasil. “O compromisso que juntos assumimos ultrapassa governos para transformar estes números em maior presença da cultura nas diretrizes e nos rumos do Estado brasileiro.”


 


Indicadores culturais
As estatísticas do IBGE mostram que existem cerca de 290 mil empresas culturais no Brasil, responsáveis por uma massa salarial de R$ 17,8 bilhões. Os empregados da área cultural no país recebem, em média, 5,1 salários mínimos, enquanto a média dos demais setores corresponde a 3 salários.


 


Além de ter um custo de trabalho bem abaixo da média, a cultura ainda movimenta empregos qualificados, com alto grau de especialização e uma considerável influência da educação no reconhecimento do trabalhadores de cultura.


 


A partir desse levantamento realizado pelo IBGE, com informações e dados do ano de 2003, sabe-se que as atividades culturais movimentaram uma receita líquida de R$ 156 bilhões de reais e custos de R$ 114 bilhões. Isso indica uma participação do setor cultural de 6,5% dos custos totais e de 7,9% na receita líquida total.


 


“Motivação”
A cultura corresponde ao quarto item de consumo das famílias brasileiras, superando os gastos com educação e abaixo apenas da habitação, alimentação e transporte. “Certamente, essa movimentação econômica merece ser encarada como motivação para repensarmos nossas formas de investir”, comentou Gil.


 


“Estes números poderão reorientar economistas e políticos para a centralidade da cultura na pauta do desenvolvimento do Brasil”, acrescentou o ministro. Para ele, o Sistema de Indicadores e informações Culturais passa a ser importante, também, para o acompanhamento das diretrizes e metas do Plano Nacional de Cultura (PNC) – que o Poder Executivo entregará ao Legislativo no mês de dezembro.


 


“O MinC almeja, no entanto, que esse sistema não seja exclusivamente uma ferramenta dos gestores públicos de cultura”, disse Gil. O documento, segundo ele, propõe que “as informações estimulem pesquisas de diversas áreas, como a economia, a sociologia, a comunicação, a antropologia, a história e a educação.”