Giuseppe Conte é aprovado como novo primeiro-ministro italiano

Após assumir o cargo de primeiro ministro da Itália, depois de sua indicação feita pelo Movimento 5 Estrelas e pela Liga ser aprovada pelo presidente Sergio Mattarella, o advogado Giuseppe Conte começou as negociações com os partidos políticos na Câmara de Deputados

Giuseppe Conte

Encarregado de formar o próximo governo italiano, Giuseppe Conte começou, nesta quinta-feira (24), a trabalhar na composição de sua equipe, em meio a duras negociações entre o "antissistema" e populista Movimento 5 Estrelas (M5E) e a Liga, de extrema direita, que o indicaram para o cargo após um longo tempo de negociação. 

Conte começa nesta quinta (24) as consultas com as comissões dos diferentes partidos políticos na Câmara de Deputados, com o objetivo de formar o novo governo italiano, tanto esperado. 

Depois de se reunir com Mattarella na quarta-feira (23), Conte prometeu aplicar o programa comum que se coloca como de anti-austeridade e com o aumento na segurança, negociado entre as duas siglas populistas (M5E e Liga) que têm uma estreita maioria no Parlamento, conquistada nas eleições de março. 

“Ali, lá fora, há um país esperando o nascimento de um governo de mudança e esperando respostas”, declarou Conte, ao prometer que se tornaria “advogado defensor do povo italiano”.

Mattarella levou 48 horas até nomeá-lo, pouco convencido de sua autoridade diante dos dirigentes da Liga e do M5S, que devem se tornar seus ministros, já que, segundo a Constituição, é o chefe de governo que deve liderar e assumir a política de sua equipe.

Segundo a imprensa italiana, Matteo Salvini, o líder da Liga, perfila-se como ministro do Interior, enquanto Luigi Di Maio, do M5S, assumiria um grande Ministério do Desenvolvimento Econômico.

O nome mais problemático é o de Paolo Savona, que a Liga quer impor na pasta da Economia. Esse ex-ministro (1993-1994) de 81 anos considera o euro como uma “jaula alemã” para a Itália.

Eleito por um Parlamento de maioria de centro-esquerda, Mattarella quer ter certeza de que a Itália respeitará seus compromissos europeus. Recentemente, lembrou que apenas ele tem o poder de nomear ministros e que pode se negar a validar leis que possam afetar o orçamento.