Feliz Ano Novo!

Ano corrido de uma vida corrida.
Há um ano tinha motivos de sobra para escrever Adeus Ano Velho.
Dessa vez é a caneta quem guia as voltas de: missão cumprida.

Toni C. e o cartunista Marcio BaraldiPerdi a chance de reclamar. Ganhei parceiros, ganhei amores, ganhei saúde, ganhei meu peso em ouro por assumir autoria da história da vida real. A minha história!

Foram três livros publicados este ano que contribui de alguma forma: Um Sonho de Periferia, #PoucasPalavras do grande Renan Inquérito e meu primeiro romance O Hip-Hop Está Morto!
Ganhei prefácio do Dexter, fotos de grandes nomes do Hip-Hop e entrego em troca literatura divergente. 

 Toni C. e o Cartunista Marcio Baraldi

Frequentei santuarios sagrados da santa literatura libertária. Como a mostra de literatura periferica na Praia Grande, 10 livros em cima daquela mesa sendo lançados… já pensou? Debates incendiários como o da escola São Domingos e no Céu Capão Redondo. Pisei no terreiro e fui bem acolhido em grandes saraus como à Cooperifa, Sarau das Ostras, Sarau Suburbano e o Sarau do Fórum em São Bernardo dos Campos.

Participei de livros mágicos como o Rap Dez – O Primeiro Rapper dos Quadrinhos de Márcio Baraldi, Do Conto a Poesia de Alessandro Buzo e o #PoucasPalavras que é mais que um livro, é uma música e um videoclip, é uma homenagem aos autores de nosso tempo.

Ministrei a oficina literária Palavrão, com crianças maravilhosas da zona sul de São Paulo. Que se tornaram autores de Um Sonho de Periferia. E eu até agora ainda não acordei.

Produzi roteiros para a TV Vermelho, de temas pertinentes para nosso desenvolvimento, como a série Reforma Democráticas.

Desenvolvi projeto em conjunto de meu irmão de longa data Demetrios dos Santos, da época em que Information Society era Hit no radio. Ví Zé Batidão ganhar o troféu Orpas como curador de seu belo centro cultural.

Assisti shows memoráveis… Snoop Dogg? Kanye West? Nada disso. Foi de rappers muito melhores, como o pequeno MC Cauan de 6 anos, juntou como quem faz bagunça num só palco Ndee Naldinho, Caju e Castanha, Dexter, Inquérito, Sombra… eu ví de perto a Lucimara com 62 anos cantando rap de matérias escolares.

Mas nesse fim de ano, não se embreague com as vitórias que tonteiam mais que champagne. A guerra não está ganha, nem será com verborragia. Nada disso importa se não causa transformação.

Ganhei posições: Acompanhei meus parceiros ocupando lugares estratégicos de direito. Tipo Beto Teoria representar a Nação Hip-Hop no Conselho de Juventude e o Fabrício Lópes ser nomeado representante da juventude pela Casa Civíl. Hot Black ser empossado presidente da Radio educativa do estado de Sergipe.

Em compensação ví um rapaz nordestino, negro, de origem humilde, ser destituído de sua função por mentiras, até hoje não provadas. Também quem mandou Orlando Silva querer trazer para o Brasil as Olimpíadas a Copa do Mundo e estourar de medalhas no Pan? Preto no esporte é no máximo chutando uma bola, como ministro é muita afronta. Admiro a trajetória desse mano desde quando era estudante universitário e presidia a UNE, quando fundamos a Nação Hip-Hop ele estava lá. E ainda está, como o responsável por nossa organização.

Em troca eu ví um livro, sim apenas um livro  causar temor no ninho e assim Privataria Tucana calou toda a poderosa mídia mentirosa.

Nesse ano, andei menos de trêm e caminhei mais a pé. Ví nascer e tive a honra em colaborar na revista Rap Nacional.

Agora. Cansado de ouvir tanto "não", calejado das dificuldades, desenvolvo o projeto LiteraRUA, com objetivo de democratizar ainda mais a letra reta a letraRUA. Fazendo com que ela chegue a mais lugares de forma mais acessível.

Registrando, catalogando e organizando os livros da liberdade para montar a biblioRUA do futuro, com auxílio da bibliotecária da esperança.

Escrever é preciso, viver não é preciso.

Num é média nem comedia.
LiteraRUA é nóis!
Que venha 2012 e boas festas!

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor