Luciana, o plebiscito e a governabilidade

 ​"Quero plebiscito, porque quero fazer parte da política"

Por Paulo Henrique Amorim, do blog Conversa Afiada

Luciana Santos e Paulo Henrique Amorim UJS - Foto: Asessoria Luciana Santos

“Fora Temer” e “volta, querida”, não bastam.

Foi assim que Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB e deputada federal por Pernambuco, começou a exposição sobre o tema “plebiscito e governabilidade”, com que se encerrou o estimulante e trepidante Congresso Nacional da UJS, em São Paulo.

O ansioso blogueiro esteve lá, nessa sexta-feira 29/julho e vai tentar resumir aqui a lúcida exposição de Luciana.

Os jovens que subiram à tribuna para falar pareciam não ter duvida sobre a necessidade de se convocar um plebiscito, como, pioneiramente, o próprio PCdoB já propôs.

Mas, dois deles, a Mel e o Tarcísio, pareciam ter dúvida sobre como o plebiscito poderia garantir uma futura governabilidade.

Foi aí que Luciana interveio:

– Temer é contra o povo, entreguista e mais neoliberal que o FHC, porque não passou pelo crivo das urnas;

– Vamos relembrar alguns acontecimentos da História: Jango só assumiu a presidência em 1961 porque aceitou o Parlamentarismo, sob condições;

– o Parlamentarismo era a saída para um impasse político;

– e Jango aceitou desde que, daí a um ano, houvesse um plebiscito;

– houve e o Parlamentarismo caiu;

– nós queriamos as Diretas Já;

– perdemos no Congresso e qual foi a saída política para o impasse?

– derrotar o regime militar no próprio campo dele, o colégio eleitoral que derrotou Maluf e elegeu Tancredo;

– houve manifestações de rua maiores que as de hoje para derrubar o Collor: a praça é do povo, como céu é do condor;

– havia o impasse e Collor teve que sair;

– qual é a real correlação de forças, hoje?

– como revalidar os 54 milhões de votos que elegeram a Dilma?

– o plebiscito tem essa dupla finalidade: solucionar um impasse político, barrar o Golpe e seguir adiante;

– com uma nova governabilidade!

Quem precedeu Luciana foi Laurinha, da UJS de Brasília:

– plebiscito é a palavra mais usada entre nós;

– quero plebiscito, porque quero fazer parte da política brasileira;

– a galera sentiu o gostinho de entrar na universidade.

E a plateia, aos gritos: “o filho do operário vai ser doutor!”

E, em seguida, “ai, ai, ai, se empurrar o Temer cai!”

Navalha

Num gesto temerário – pode ser interpretado como “populismo”, já que o PCdoB controla a UNE e a UJS -, o ansioso blogueiro se perguntou em voz alta: e cadê o PT?

O PT, ele respondeu, saiu das ruas e se trancou nos gabinetes da “governabilidade”.

E perdeu a hegemonia doutrinária: o PCdoB saiu na frente para pedir a Ley de Medios e agora está a 42 km de distância do PT na maratona pelo plebiscito.

Quando chegar, a Luciana já tirou a medalha de ouro.