Aldo Rebelo: honra, desafio e responsabilidade

"É uma honra, uma responsabilidade, um desafio” – foi com estas palavras que Aldo Rebelo (PCdoB-SP) definiu a nova tarefa de que foi incumbido pela presidente Dilma Rousseff – a de substituir o também comunista Orlando Silva à frente do Ministério do Esporte.

Aldo assume o cargo nesta segunda-feira (dia 31). Sua escolha sinaliza que não haverá solução de continuidade na política desenvolvida pelo ministério. Sai Orlando Silva, entra Aldo Rebelo, dois dos mais destacados quadros dirigentes do Partido Comunista do Brasil.

Sinaliza também a relação de forte confiança entre o PCdoB e Dilma Rousseff. Afinal, o partido não é um mero aliado do governo, mas coautor do projeto de desenvolvimento e avanço democrático aplicado desde a posse de Lula, em 2003, que Dilma se comprometeu a manter e aprofundar. Desde a Frente Brasil Popular (1989), o PCdoB foi um dos construtores e defensor denodado da candidatura de Luís Inácio Lula da Silva, como ocorreu nas eleições de 1994, 1998 e 2002. E foi uma das vigas da campanha eleitoral de Dilma Rousseff em 2010.

Coautoria significa também corresponsabilidade – e é com esta determinação que o PCdoB assume tarefas em inúmeros escalões do governo federal.

A escolha de Aldo Rebelo para substituir Orlando Silva – que saiu para defender sua honra e desmontar a farsa caluniosa urdida pela mídia com base nas declarações de um criminoso – sinaliza a determinação dos comunistas de levar adiante as grandes tarefas pelas quais se responsabilizaram.

Foi sob o comando de um ministro comunista que o Brasil realizou, em 2007, um elogiado Pan Americano, no Rio de Janeiro; foi também sob a direção de um ministro comunista que o Brasil preparou-se para sua melhor participação em um Pan, o realizado em Guadalajara (México), com 519 esportistas, 40% dos quais bolsistas do ministério. E será sob a direção de um ministro comunista, Aldo Rebelo, que o Brasil vai terminar com êxito sua preparação para a Copa do Mundo de 2014. Desde o ponto de vista institucional até a resolução dos complexos problemas logísticos que envolvem a realização de um evento dessa magnitude. Aldo sinaliza a disposição de encarar esses desafios de frente. Já anunciou que, a partir de novembro, vai visitar as obras em andamento. Ele também deixou claro também que, no ministério, será um instrumento da política de governo para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de2016.

Sua determinação é a de ser um rigoroso cumpridor da Lei Geral da Copa, enfrentando de maneira soberana – seguindo aliás a orientação da presidente Dilma Rousseff – as pressões da Fifa e dos cartolas pela flexibilização da lei brasileira sobre meia-entrada ou proibição de consumo de bebidas alcóolicas nos estádios.

Os ataques contra Orlando Silva mal disfarçaram o objetivo de, na pessoa do ministro, atingir o governo da presidente Dilma Rousseff, afastar a pedra no sapato dos cartolas representada pelo ex-ministro, e tentar enlamear o PCdoB. A ganância uniu-se a um anticomunismo primário e os corifeus da mídia davam como certo que, com a saída de Orlando Silva, o PCdoB também perderia sua presença no governo. Houve comentarista que chegou a prever, em tom de ironia, que sempre existiria um “Ministério da Pesca” para o PCdoB.

Não foi o que aconteceu. O PCdoB, que alcançou uma representação parlamentar média, não é uma agremiação fisiológica que almeja cargos – é um partido de programa, cuja proposta é o desenvolvimento do Brasil, o avanço da democracia e a transformação socialista. É isto que o move e que ilumina a ação de seus dirigentes e militantes, em todas as esferas da vida pública. Seja no ministério, em outras esferas de governo ou nos parlamentos, em sua intensa participação nos movimentos sociais ou na incisiva luta ideológica em defesa do progresso social.

Seu tamanho não se mede – não pode ser medido – por critérios reducionistas de representação, mas pela envergadura das tarefas históricas a que se propõe e pelo alcance do programa de mudanças radicais que sempre defendeu em seus noventa anos de história que deixaram uma marca indelével nas lutas pelas conquistas sociais e democráticas vividas no período republicano.

A presença do Partido no governo decorre destes ideais e compromissos. E Aldo Rebelo vai dar, afirma o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, “uma grande contribuição ao ministério”, para o êxito do governo de Dilma Rousseff e para a derrota das forças do atraso que teimam em criar obstáculos para o desenvolvimento do país, o fortalecimento da democracia e a defesa da soberania nacional.