Saúde, Comandante Chávez!

Com o retorno do presidente Hugo Chávez, na madrugada de ontem, a festa do bicentenário da independência da Venezuela, comemorado neste 5 de julho, está completa.

Chávez estava em Cuba desde o dia 8 de junho; onde foi operado de um câncer pélvico e estava se recuperando, situação que alimentou muita especulação, avaliações de mau agouro sobre uma provável crise de poder na Venezuela e, pior, um espírito de hiena que alimentou esperanças mórbidas em setores oposicionistas em seu país e da direita em outras nações, de que a doença poderia afastar Chávez da liderança política que exerce há mais de uma década. Alguns comentaristas chegaram inclusive a sugerir que a festa do bicentenário perderia o brilho sem Chávez.

Não acertaram e os comentaristas da mídia hegemônica tiveram que descrever o retorno de Chávez como “inesperado”, embora ele nunca tivesse desistido de retornar com a maior brevidade à sua pátria.

O líder da Revolução cubana, Fidel Castro, que além de correligionário político é amigo de Chávez, e que acompanhou dia a dia o tratamento do presidente venezuelano, assegurou que “os resultados são impressionantes”, pois Chávez “tem enfrentado uma batalha decisiva que o conduzirá, e com ele a Venezuela, a uma grande vitória”. É também o ânimo do presidente venezuelano. “Estou bem, me sinto bem… Volto ao epicentro de Bolívar!”, disse. E, numa mensagem aos seus conterrâneos, especialmente à juventude, que foi às ruas para declarar seu apoio, repetiu Simon Bolívar, o herói da independência: “‘Vacilar é perder’. Venceremos, minha rapaziada!”.

Como Bolívar, Chávez fala ao coração patriótico da nação onde a luta pela independência começou em 1809, avançou em 1810 e teve seu fecho em 5 de julho de 1811, quando foi declarada a separação da Espanha. Foi uma batalha renhida, e a guerra pela emancipação continuou até a batalha final de Carabobo, em 1821. Hoje a luta pela soberania e pelo desenvolvimento é semelhante, embora claramente em outras circunstâncias. Como Bolívar, o combustível que move Chávez é a defesa da autonomia nacional, a resistência contra o imperialismo e o fortalecimento da integração latino-americana.

Um claro desmentido contras as futricas da mídia hegemônica foi o calor com que Chávez foi em Caracas recebido nesta segunda-feira, com o povo na rua e declarações de apoio e solidariedade. Na marcha que percorreu as ruas da capital, as faixas proclamavam “Pa lante Comandante” (Adiante Comandante) ou declarações mais carinhosas como a que dizia “Te Amo Comandante, Venha Logo, teu Povo te Espera”. Ou uma estudante, que disse: “Queremos que nosso comandante se recupere logo e a mensagem que estamos mandando pra ele é que mais do que nunca vamos continuar batalhando. A revolução não pode parar”.

A Venezuela, que foi pioneira na luta pela independência na América do Sul, encontra-se em pleno processo para avançar nas conquistas iniciadas há 200 sob a liderança de Simon Bolívar, cuja figura histórica inspira Chávez e a revolução bolivariana que ele encarna. É um processo de avanço que confronta o imperialismo e as oligarquias locais aliadas da dominação externa. Sua presença no país durante as comemorações é um símbolo dessa continuidade. Saúde, Comandante Chávez!