A valorização do trabalho no governo Lula

Os dados do Cadastro Geral de Admitidos e Demitidos (Caged) mostram que nos últimos 12 meses o emprego com carteira assinada cresceu 5,2% e as vagas sem contratação formal recuaram 0,7%. Estes fatos indicam uma interrupção no processo de precarização do trabalho e sua conseqüente valorização.

 

 

Este ano de 2006 será o terceiro consecutivo de crescimento da massa salarial. Em 2004 e 2005, o aumento foi puxado pela ocupação. Este ano, pela primeira vez a renda estará liderando o movimento. Segundo o jornal Valor Econômico, na média do primeiro quadrimestre deste ano, a massa salarial cresceu 3,9%. Desse total, 54% vieram da renda e o restante, da ocupação. No mesmo período do ano passado, a renda ajudou a massa salarial com apenas 11% do total.

 

 

Segundo a análise do jornal, a maior geração de emprego iniciada no final de 2003 foi impulsionada pelo setor exportador, o que acabou influenciando outros setores como os serviços prestados às empresas. A coordenadora do Observatório do Trabalho, do Ministério do Trabalho, Paula Montagner, afirma que “com a oferta maior de vagas, houve espaço para negociar também melhores salários”. E, em seguida, conclui dizendo que “a abertura de vagas já não ocorre de forma tão vigorosa neste ano, mas o que se vê agora é uma melhor qualidade dos postos, seja pela carteira assinada, seja pelos melhores salários ou pela maior qualificação”.

 

 

A continuidade da expansão do emprego na indústria e em serviços especializados tem ajudado a impulsionar a renda. Pelos mesmos dados divulgados pela Caged, de janeiro a maio deste ano foram criadas 195 mil vagas formais na indústria de transformação, o que representou 25,4% do total. Em 2005, neste mesmo período, o emprego neste ramo avançou menos e representou 23% do total de vagas geradas.

 

 

É claro que se houver maior investimento público e privado, como está se concretizando por iniciativas deste atual governo e por setores do empresariado, esta trajetória de valorização do trabalho se intensificará. Este é um dos temas que exigirá maior compromisso da aliança que se constituiu em torno da candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, envolvendo o PT, o PCdoB, o PRB, e setores significativos do PMDB que nesta segunda feira formaliza o apoio a Lula em Brasília.