PCdoB: rumo aos 90!

O Partido Comunista do Brasil, que hoje completa 89 anos de atuação ininterrupta e luta intensa pelos direitos dos trabalhadores, dos povos e em busca do socialismo, inicia a contagem regressiva para a comemoração de seus 90 anos, que ocorrerá em 2012.

Entre os partidos políticos brasileiros, é o que está em atividade há mais tempo. Enfrentou ditaduras, perseguições policiais, pagou um alto preço em sangue e sacrifícios pela defesa de seu programa avançado de reordenação social no Brasil e no mundo. Foi obrigado a enfrentar a clandestinidade durante a maior parte de sua existência: foram 61 anos de ilegalidade forçada, contra apenas 28 de atuação livre, o mais longo período de legalidade é o atual, aberto em 1985.

O Partido nasceu, em 1922, como uma exigência histórica da luta dos trabalhadores; desenvolveu-se ao longo das décadas, aprimorando seus instrumentos teóricos e organizativos para corresponder a esta tarefa. Ultrapassou concepções limitadas da luta política e da organização dos trabalhadores. Deixou uma marca indelével na história republicana, tendo sido alvo principal da reação conservadora; sua simples existência legalizada simboliza a garantia da normalidade democrática. Venceu também batalhas ideológicas importantes dentro de suas próprias fileiras, com destaque para o enfrentamento ocorrido nas décadas de 1950 e 1960, que culminou na reorganização de 18 de fevereiro de 1962; quase trinta anos depois, novo abalo foi provocado pelo reflexo do colapso do socialismo no Leste Europeu e pelo fim da União Soviética.

O Partido superou estes desafios e saiu fortalecido destes embates. Com a legalidade, seu protagonismo cresceu; hoje, beirando os 300 mil filiados, o maior número em sua longa história, os comunistas estão presentes como nunca na luta social (entre os trabalhadores, o povo, a juventude, as mulheres, os negros, etc.) e alcançou um papel institucional até recentemente impensável, com forte desempenho nos parlamentos de todos os níveis e no Poder Executivo. Lutou pela eleição de Lula desde 1989, apoiou com empenho seus dois mandatos e, em 2010, foi um lutador incansável pela eleição de Dilma Rousseff, e mobiliza todas as suas forças pelo êxito do governo da primeira mulher que ocupa a presidência do Brasil. A ocupação temporária da presidência da República pelo deputado comunista Aldo Rebelo, em novembro de 2006, em substituição ao presidente Lula e ao vice José Alencar, é um símbolo da relevância política alcançada pelo PCdoB nos últimos anos.

No rumo dos 90 anos, o PCdoB é uma legenda em expansão. Está presente em todas as unidades da federação e luta para unir às suas fileiras cada vez mais trabalhadores, jovens, mulheres, negros, intelectuais avançados e progressistas; busca unir a vanguarda do povo brasileiro. Empenha-se em enriquecer e desenvolver, nas condições de nosso tempo, o legado teórico representado pelo marxismo-leninismo, empenhando-se em conhecer cada vez mais e melhor as realidades brasileira e mundial.

Empenhado nas lutas do presente, não deixa jamais em segundo plano o objetivo estratégico de superar o capitalismo, abrindo caminho para uma forma superior de organização social, o socialismo.

Armado do Programa Socialista aprovado pelo 12º Congresso, em 2009, o PCdoB defende um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento que, no curso concreto da luta política no Brasil, seja uma indicação do caminho brasileiro para o socialismo.

Na trajetória rumo aos 90, o PCdoB reafirma sua identidade comunista e seus objetivos programáticos, que podem ser resumidos na conquista de novos e maiores direitos sociais e políticos para os trabalhadores e para o povo, no fortalecimento da soberania e da independência de nosso país, na defesa dos direitos e da autonomia dos povos e nações. Nesse sentido, homenageia também aqueles que, desde o longínquo ano de 1922, simbolizaram, pelo papel dirigente que desempenharam, a construção e o fortalecimento do Partido, destacando-se entre eles os nomes do dirigente operário e intelectual avançado Astrojildo Pereira, do destacado líder popular Luiz Carlos Prestes, e do construtor e ideólogo João Amazonas, principal responsável pela feição assumida pelo PCdoB na contemporaneidade.

Eles levantaram alto a bandeira comunista no Brasil; os quase 300 mil filiados do PCdoB assumem o compromisso de, à beira de comemorar os 90 anos desta organização revolucionária, manter a chama acesa e levar seu legado até a vitória final.