O Brasil elege Dilma para avançar nas reformas

A alma brasileira está desperta e vigilante – esta é uma das conclusões que se impõem hoje com a vitória de Dillma Rousseff para a Presidência da República. Dando a ela mais de 55,5 milhões de votos (mais de 56% do total), os brasileiros reafirmaram, nas urnas, a opção pela mudança e pelo avanço que haviam feito em 2002 e 2006 ao eleger Lula para o mais alto cargo da nação.

Dilma representa a continuidade do projeto que, nas duas eleições anteriores, foi aprovado e confirmado pelo eleitorado, que rejeitou o conservadorismo neoliberal dos tucanos. É um passo novo, e firme, rumo à consolidação das mudanças e do avanço. Se, em 2002, a vitória de Lula foi a escolha da esperança contra o medo, a de Dilma é a afirmação da verdade contra a mentira, a fraude, a truculência. É a derrota do obscurantismo, do atraso, da arrogância antidemocrática, da campanha que, sem poder confessar o programa antipopular e antinacional da direita neoliberal, baseou-se em infâmias e calúnias,

Se a eleição de Lula, em 2002, virou uma página da história e iniciou uma nova etapa na vida brasileira, a de Dilma Rousseff vira outra e confirma a vigência de uma época de consolidação democrática. É preciso avançar, e a derrota da direita em todas as instâncias eletivas do poder político – no Senado, na Câmara dos Deputados e, agora, na Presidência da República – é uma chance histórica que não pode ser desperdiçada, sendo o fundamento para o avanço rápido e consistente nas mudanças.

A democracia brasileira incorporou, de forma ativa, enormes contingentes da população que, até recentemente, estavam na periferia das decisões nacionais e do protagonismo político, de onde respondiam passivamente aos apelos interesseiros da elite constituída pelos chamados formadores de opinião. Isso mudou, apesar dos inescrupulosos esforços feitos pela direita e pelo conservadorismo neoliberal e midiático, cuja insana pregação encontrou resposta limitada entre o eleitorado brasileiro.

São ganhos democráticos que precisam ser consolidados e fortalecidos. Neste domingo, 31 de outubro de 2010, o eleitorado depositou nas mãos de Dilma Rousseff a responsabilidade histórica de levar adiante as reformas que darão consistência e modernidade à democracia em nosso país.

Entre os avanços que o Brasil espera da nova presidenta estão a reforma política democrática que para fortalecer a participação popular na vida política; a reforma agrária contra o latifúndio improdutivo; a reforma urbana, para garantir moradias dignas, segurança e saneamento; a reforma educacional para acabar de vez com o analfabetismo e projetar os brasileiros para novos avanços civilizacionais; a universalização do SUS, garantindo saúde para todos; a reforma tributária, desonerando a renda dos trabalhadores, os investimentos e a produção, e fazendo com que os ricos paguem mais impostos do que o povo. Na área externa, manter e e reforçar a integração continental, a solidariedade entre os povos, a soberania nacional e as relações multilaterais do Brasil com todas as nações. Por fim, principalmente depois da campanha eleitoral em que a mídia monopolista teve um papel iníquo, os brasileiros esperam de Dilma a disposição política de enfrentar o poder das famílias que controlam jornais, revistas e televisão e assegure a democratização da mídia que o país reclama.

A luta contra o atraso, contra a oligarquia, contra a genuflexão perante as potências estrangeiras, atravessou todo o período republicano, até a eleição de Lula em 2002. Agora, com uma mulher na Presidência, vai avançar mais. É o que todos esperam de Dilma Presidente!