Um 1º. de Maio especial

Este 1º. de Maio é especial principalmente por dois motivos: em primeiro lugar por se realizar às vésperas de uma sucessão presidencial cujo resultado é vital para os interesses dos trabalhadores e do povo brasileiro. Ou o país retrocederá à desastrosa década de 90 com a vitória da direita neoliberal; ou seguirá adiante no caminho das mudanças com a conquista de um novo mandato para o governo progressista do presidente Lula. Governo este que é filho da luta dos trabalhadores e da jornada democrática e progressista das últimas décadas.

 

 

Em segundo lugar, porque como bem destacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu pronunciamento à Nação ontem à noite, em cadeia de rádio e TV, este 1º. de Maio coincide com o momento em que o Brasil conquista sua auto-suficiência em petróleo. E Lula, embora tenha sublinhado o papel de seu governo para essa conquista, ressaltou que esse feito é em primeiro lugar decorrente da competência, do talento e do empenho dos trabalhadores brasileiros.

 

 

É um 1º de Maio, portanto, marcado pela luta pelo poder, pela disputa da Presidência da República— pauta crucial dos trabalhadores, de suas entidade e movimentos.

 

 

Ao longo desses últimos três anos, um campo vasto dos trabalhadores e seus sindicatos mantiveram a autonomia de suas ações em relação ao governo e deram seguimento às jornadas pela realização de suas bandeiras. Realizaram greves, ocupações de terra, passeatas e mobilizações. Com o alargamento da democracia, suas lutas cresceram. Realizaram protestos contra o governo quando ele errou ou se distanciou de seus compromissos. Mas igualmente, os trabalhadores souberam situar-se na luta política e foram às ruas para defender o governo quando a direita golpista desferiu a investida para desestabilizá-lo.

 

 

Os trabalhadores em aliança com outros seguimentos da Nação atuaram com o objetivo de impulsionar o governo do presidente Lula para tornar realidade o programa de mudanças.

 

 

Apesar de determinadas limitações e erros cometidos que deram brecha para o ataque dos adversários, o resultado do governo que nasceu das lutas dos trabalhadores e das aspirações patrióticas e democráticas da Nação são motivos de festa neste 1º de Maio.

 

 

Sem dúvida, pode-se afirmar que este governo se caracteriza pela afirmação crescente da soberania nacional, pelo exercício de uma política externa independente, pelo respeito à democracia em suas diversas dimensões. Principalmente no que se refere à relação com os trabalhadores. É bom lembrar que em seu primeiro mês de governo, Fernando Henrique Cardoso colocou tanques nas ruas contra os petroleiros em greve, enquadrou criminalmente seus sindicatos, estabeleceu multas impagáveis para tentar abater sua disposição de luta. Tanto FHC quanto Alckmin “criminalizaram” a luta pela terra e os movimentos sociais sob o neoliberalismo voltaram a ser tratado, igual na República Velha, como um “caso de polícia”.

 

 

No governo Lula, os trabalhadores conquistaram o maior salário mínimo desde 1979, quase o dobro do valor no último ano de FHC.

 

 

No plano social, o governo proporcionou avanços sociais emergenciais: foram criados 3,7 milhões de empregos com carteira assinada desde 2003, foram assentados milhares de famílias sem-terra, o Bolsa-família beneficia mais de 8,7 milhões de famílias, que representam quase 35 milhões de pessoas.

 

 

Esta polarização entre a possibilidade da volta do retrocesso neoliberal e a necessidade de dar continuidade ao avanço das conquistas populares ficará evidente nas grandes manifestações nacionais programadas para São Paulo. Na concentração convocada pela Força Sindical no Campo de Bagatelli está sendo esperada a presença do candidato das forças conservadoras neoliberais, Geraldo Alckmin. Enquanto que para a manifestação organizada pela Central Única dos Trabalhadores na Av. Paulista, estarão representados os partidos populares e de esquerda, como o PT, o PCdoB e o PSB, além do presidente da Câmara dos Deputados e várias outras entidades populares.

 

 

Neste 1º. de Maio – que se dá em meio à violenta luta política pelo poder —os trabalhadores brasileiros se levantam e se unem para avançar nas mudanças e barrar o retrocesso. A direita precisa ser derrotada na eleição de outubro. No Brasil, esse desafio se traduz hoje na necessidade de reeleger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja vitória significará não só o afastamento da volta das tendências conservadoras e pró-imperialistas ao Palácio do Planalto, a continuidade da batalha pelo desenvolvimento com valorização do trabalho, mas também terá conseqüências positivas para o despertar democrático e patriótico que a América do Sul vive.