Embaixada da Venezuela e a luta contra a barbárie da direita

Invasores de extrema-direita tentaram tomar a embaixada da Venezuela e foram repelidos.

As forças de extrema-direita confrontarem-se com mais mais uma conquista civilizatória ao promoverem uma invasão à embaixada da Venezuela em Brasília. Arruaceiros a soldo do farsante e agente do governo de Trump Juan Gaidó – desprezado e derrotado em seu país – com o apoio de desordeiros brasileiros, tentaram assumir o controle da representação diplomática na madrugada desta quarta-feira (13). Tiveram o apoio manifesto do deputado direitista Eduardo Bolsonaro, que ocupa a presidência da Comissão de Relações Exteriores na Câmara dos Deputados e candidato frustrado a embaixador brasileiro nos Estados Unidos.

O próprio governo de Jair Bolsonaro demorou inacreditáveis oito horas para divulgar uma nota em que classifica aquele crime como "invasão". Foi, tudo indica, o resultado de gestões de parlamentares e representantes diplomáticos, bem como fruto das divergências internas no governo sobre como buscar uma solução para o constrangedor incidente diplomático. A complacência do governo brasileiro com uma clara violação da Convenção de Viena deixava todas as representações diplomáticas do Brasil vulneráveis a ataques e o governo brasileiro sem autoridade para questionar ataques às representações diplomáticas do nosso país.

Registre-se ainda, como fatores que determinaram a expulsão dos invasores, a conduta firme e hábil do diplomata venezuelano Freddy Efrain Meregote, bem com a presença, durante todo os dia, de inúmeras lideranças do movimento social, de parlamentares e militantes políticas, que deram provas de que a unidade em defesa da soberania nacional e da democracia é fundamental na luta contra a onda retrograda que atinge nosso país e o continente. Mais uma vez, falo alto a solidariedade internacionalista. “É importante resguardar a dignidade e segurança frente a esse novo atentado à democracia venezuelana, com denúncia e mobilização”, disse Walter Sorrentino, secretário de Política e Relações Internacionais do PCdoB.

A ação criminosa também teve, no mínimo, a simpatia da ala podre do Ministério das Relações Exteriores e do chanceler Ernesto Araújo, que trai a tradição democrática e legalista da diplomacia brasileira e, denuncia a deputada comunista Perpétua Almeida (PCdoB-AC), a leva ao seu nível mais baixo e à “desmoralização total do Itamaraty”.

A Convenção de Viena de Relações Diplomáticas, de 1961, que regula a proteção a diplomatas e embaixadas, estabelece claramente que os governos são responsáveis por essa proteção e inviolabilidade. É uma conquista civilizatória que nem as ditaduras latino-americanas como a brasileira (1964-1985) ou a chilena de Pinochet (1973-1990) tiveram a ousadia de violar. Este é o passo para a selvageria que a extrema-direita insiste em se promover, mas tem enfrentada firme resistência de democráticas e patriótas, que saíram vitoriosos neste dia marcado por solidariedade e luta.