Pela vitória de Dilma, “nem que a vaca tussa”

“No próximo domingo vamos às urnas para decidir o que queremos para o futuro do Brasil. Nesse momento, todos devem se perguntar quem tem mais capacidade e experiência para manter o que conquistamos, mudar o que é preciso e fazer mais. Quem tem força e apoio político para fazer as reformas que o Brasil exige. Quem enfrentou a pior crise internacional, aumentou empregos, salários e investimento. Quem tem firmeza para projetar o Brasil no cenário mundial. Quem preparou o Brasil para novo ciclo de desenvolvimento, com emprego e salário adequado e colocando a educação no centro de tudo. Reflita sobre todas as questões, e você vai fazer a melhor escolha. No próximo domingo, vamos votar com consciência, paz e amor no coração.”

As palavras com que a presidenta Dilma Rousseff despediu-se dos telespectadores no debate realizado pela TV Record, no último domingo (28), contêm uma síntese precisa do que está em jogo nas eleições do próximo domingo, 5 de outubro, e um chamamento ao povo brasileiro.

O Brasil vive desde 1º de janeiro de 2003, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse pela primeira vez na Presidência da República, uma nova etapa em sua vida política, reflexo de históricos embates do povo brasileiro por democracia, direitos sociais e soberania nacional. O governo da presidenta Dilma foi a continuidade dessa etapa nas condições peculiares de um quadro internacional marcado por profunda crise econômico-financeira, conflitos e ameaças à paz mundial, e de uma evolução política nacional em que ficou patente um elevado grau de exigência de mais celeridade e abrangência na realização de mudanças e reformas estruturais. A reeleição da presidenta afigura-se como o caminho seguro nessa direção.

Chegamos à última semana da campanha eleitoral com o resultado totalmente em aberto. A presidenta Dilma consolidou sua liderança e favoritismo na disputa, sendo nítidas as chances para alcançar a quarta vitória do povo. A tendência do momento é que Dilma passe ao segundo turno com larga vantagem sobre a candidatura adversária. E, embora não seja ainda a hipótese mais provável neste início de semana, pela primeira vez, no quadro de uma disputa acirrada, despontou a possibilidade de decisão no primeiro turno.

No campo oposicionista, são fortes as oscilações. Antes dada como certa, a passagem de Marina Silva para o segundo turno já é posta em dúvida. A candidata do PSB revelou-se não só um dócil instrumento da direita neoliberal e conservadora, como também uma rematada fraude, tamanhas foram as contradições, incoerências e vacilações que exibiu em pouco mais de um mês de campanha. Transmitiu apenas insegurança aos seus potenciais eleitores e demonstrou que num eventual segundo turno chegará completamente desgastada. Em poucas semanas de confronto político aberto, o eleitorado viu Marina como ela é e a serviço de que causa está a sua candidatura. Foi mais uma tentativa destinada ao fracasso esboçada pela direita brasileira para forjar uma alternativa messiânica explorando insatisfações e manipulando aspirações populares.

Em face disso, o PSDB, o mais estruturado núcleo político, ideológico e orgânico do neoliberalismo e conservadorismo no Brasil, porta-voz mais credenciado dos interesses das classes dominantes retrógradas e do imperialismo, porá em tensão e movimento todas as suas forças e influência nesta semana derradeira para fazer com que seu candidato Aécio Neves supere a candidata do PSB e credencie-se a enfrentar a presidenta Dilma no eventual segundo turno.

Dilma, que fez uma brilhante campanha, chega à reta final como portadora de uma mensagem de renovação da esperança e sobretudo de confiança e credibilidade. Na liderança do país, mostrou que é capaz de conduzir o povo na realização de mais mudanças para continuar construindo uma forte nação democrática, soberana e socialmente progressista.

Neste momento decisivo, a mensagem da presidenta deve ser reforçada pela mobilização total da militância para a conquista do voto popular, com vontade de vencer e a arraigada convicção de que “nem que a vaca tussa” o povo brasileiro abriria mão das vitórias alcançadas nos últimos 12 anos, nem desistiria de prosseguir na luta por mais mudanças e mais conquistas. A ação da militância nas ruas, nos locais de trabalho, nos bairros e nos lares, conversando, debatendo, mostrando as diferenças entre os projetos que estão em disputa é o fator diferencial e decisivo para vencer em 5 de outubro.