No domingo, derrotar a direita e seu jogo sujo

Há uma forte suspeita de participação do consórcio PSDB/PFL no episódio do aparecimento e divulgação ilegal de fotos com pacotes do dinheiro que, diz a mídia conservadora, seria usado para a compra de um dossiê com informações contra o tucano José Serra.Isso revela as facetas mais perversas e obscuras da direita brasileira e seu desprezo olímpico pela lei e pela democracia. E demonstra, mais uma vez, seu desespero às vésperas da eleição presidencial que ocorrerá domingo e o apelo ao vale tudo para, impotente para obter os votos necessários para manter seu candidato, Geraldo Alckmin no páreo, tenta melar o jogo democrático, acentuar a sangria contra o presidente Lula e alcançar a vitória sobre ele através do uso de expedientes condenáveis e anti-democráticos.


 


As eleições anteriores já foram marcadas por episódios semelhantes. Em 1989, a mídia conservadora e mesmo policiais ligados à direita, e à repressão política durante a ditadura militar, tentaram associar o seqüestro do empresário Abílio Diniz à Frente Brasil Popular, ao PT e à candidatura Lula.


 


Em 2002, a ação foi semelhante à que a direita tenta hoje, e a foto de pacotes de dinheiro exibida pela televisão e pelos jornais derrubou a candidatura presidencial de Roseana Sarney, que despontava como a principal concorrente de Lula, superando o tucano José Serra na preferência popular. E, quando se descobriu que ela era inocente e não tinha ligação com o dinheiro exibido que arrasou suas pretensões presidenciais, já era tarde demais para qualquer providência.


 


A divulgação das fotos obtidas por meios obscuros pelo jornal O Estado de S. Paulo ''é ilegal e tem o cheiro de tucano no meio. Ninguém é bobo. Ou eles compraram alguém da Polícia Federal para conseguir as fotos, ou tinham alguém lá'', denunciou Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB. ''Isto é uma grande armação, para criar impacto na véspera da eleição'', opinou.


 


Esta é uma opinião bem fundamentada: a conduta do procurador da República no Mato Grosso, Mário Lúcio Avelar, é claramente partidária do tucanato, sem a isenção que se espera de um magistrado. Que tem, inclusive, um histórico de ações semelhantes. Juntamente com outro procurador, José Roberto Santoro, ele esteve envolvido na ação que, em 2002, implodiu a campanha de Roseana Sarney. Mais tarde, os dois procuradores atuaram também no episódio Waldomiro Diniz, quando foi divulgada uma gravação em que o então assessor parlamentar pedia propina para Carlos Cachoeira. A fita é de 2002 e referia-se a fatos ocorridos no Rio de Janeiro, mas só foi revelada em 2004, quando Waldomiro trabalhava em Brasília, na Casa Civil.


 


Aliás, por sua parcialidade nas investigações e pela suspeita de obterem provas de forma ilegal, os dois procuradores estão sendo avaliados por uma sindicância interna na Procuradoria-Geral da República.


 


O objetivo da direita é voltar ao controle do governo federal. Como ela não pode confessar seu programa neoliberal, repudiado pelos brasileiros, apela para sua hipócrita e anacrônica bandeira da ''ética'' e da ''moralidade'' mas demonstra, com suas ações práticas, o desprezo pela ética, pela moralidade e pela lei.


 


 


''O Brasil mudou'', disse o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e ''hoje não é mais como naquele tempo em que se faziam imagens para jogar na televisão e destruir candidaturas'''. Imagens suspeitas de montagem e manipulação ilegal, convém frisar


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A data fatal para a direita se aproxima e neste domingo será a hora da ''onça beber água'', como disse o presidente Lula. Para barrar a direita e seus truques sujos, será necessária a mobilização de todos os militantes da causa da democracia. Essa mobilização é necessária para derrotar a direita já no primeiro turno, reafirmando o repúdio a seu programa elitista, antinacional, antipopular e antidemocrático, e indicando a vontade dos brasileiros de recolocar o Brasil em um novo rumo de desenvolvimento, em busca do bem estar de nosso povo, do fortalecimento da economia nacional e da soberania e independência do país.


 


Derrotar a direita significa reeleger Lula e eleger uma bancada de deputados federais e estaduais, de senadores e um conjunto de governadores comprometidos com estes objetivos. Significa, principalmente, eleger parlamentares do PCdoB que continuarão na árdua tarefa de construir um Brasil novo e justo.