Encontro de comunicação, uma contribuição à luta de ideias

Tendo por foco principal a orientação dos comunistas para a campanha eleitoral, o Encontro Nacional de Comunicação do Partido Comunista do Brasil que se realiza neste final de semana é acontecimento de interesse político para os partidos aliados, o movimento popular, o eleitorado, os amigos e simpatizantes desta coletividade.

Deste encontro espera-se uma contribuição à justa interpretação sobre o sentido para o qual evoluem as conjunturas nacional e internacional, imersas em agudos conflitos. E orientações candentes e concretas.

A edição de 2014 do Encontro de Comunicação se realiza no momento em que o país está imerso em aguda e intensa luta política. O consórcio oposicionista, formado pelos principais candidatos oposicionistas e a mídia golpista, que representam os interesses dos setores mais neoliberais e conservadores das classes dominantes, estão em plena ofensiva política, dispostos a tudo para afastar do centro do poder político as forças progressistas lideradas pela presidenta Dilma Rousseff.

Comunicação é luta de ideias e cabe àqueles que a exercem do ponto de vista dos interesses do povo brasileiro refutar a falsa tese difundida por este consórcio de que o ciclo inaugurado com a eleição de Lula em 2002 e que prossegue até hoje sob a liderança da presidenta Dilma se esgotou.

Já em seu 13º Congresso, realizado em novembro do ano passado, os comunistas, ao fazer o balanço do ciclo dos governos progressistas, concluíram que o Brasil avançou em todos os terrenos, com as limitações próprias de uma difícil correlação de forças e distintos níveis de convicção no interior da coalizão governamental sobre os meios e modos de superar tais limitações. Avançar para realizar novas e maiores mudanças, renovar a esperança, realizar as reformas estruturais democráticas, são algumas das ideias com que os comunistas têm comparecido a esse debate.

O Encontro Nacional de Comunicação dos comunistas busca refletir a compreensão de que o Brasil está diante de uma encruzilhada política. As questões que pretende responder dizem respeito a como contribuir no terreno da luta de ideias para avançar no rumo das mudanças iniciado em 2003. Um dos pontos de partida é, sem sombra de dúvidas, a viva denúncia de que está em marcha uma manobra e uma ofensiva – que é eleitoral, política e ideológica – para reconduzir ao poder forças do atraso e do retrocesso, cuja plataforma é de caráter neoliberal e conservador.

Neste quadro, é necessário mobilizar e conscientizar o povo brasileiro em torno de ideias renovadoras, de mudanças estruturais no sistema político e econômico e por mais avanços nas políticas desenvolvimentistas e sociais. Despertar a consciência de que o Brasil pode dar passos mais audaciosos para se tornar uma grande nação progressista, com avanços sociais e desempenhando um papel proativo no mundo contra as políticas hegemônicas das potências imperialistas e um ator decisivo para integrar a América Latina e o Caribe, consolidando a independência e a soberania de suas nações.

A propaganda política e eleitoral dos comunistas reflete com inteireza e sem qualquer dubiedade a decisão política de lutar pela reeleição da presidenta Dilma Rousseff como a tarefa política mais importante no ano de 2014. Independentemente da diversidade de quadros locais, o PCdoB tem apenas uma candidatura à Presidência da República. A atividade de comunicação do Partido deve ter o maior entrosamento possível com a da campanha pela reeleição de Dilma.

Sem perder a perspectiva de uma abordagem ampla, o encontro de comunicação dos comunistas não se restringe às orientações sobre o cenário eleitoral. Faz também reflexões de natureza teórica e ideológica. É o que corresponde à natureza de classe do Partido Comunista, à sua missão histórica, à sua identidade ideológica e ao objetivo estratégico do socialismo, o que significa dizer que a luta de ideias empreendida na frente da comunicação tem como referências política e ideológica a linha política geral do Partido, consubstanciada no Programa Socialista, e a teoria marxista-leninista. Longe de constituírem proclamações vagas, tais referências são o ponto de partida e o método científico dos comunistas para abordar com acerto a realidade e não cair no pragmatismo nem no espontaneísmo.