“A luta pela paz é o mais sagrado dos combates”

A mídia golpista ignorou olimpicamente duas relevantes informações que revelam a dimensão do domínio que o imperialismo exerce no mundo por meio da militarização.

A primeira foi a divulgação pelo site Russia Today de que forças de Operações Especiais dos Estados Unidos estiveram destacadas ou cooperaram com militares em 106 países em todo o mundo durante os anos 2012 e 2013.

O fato é que o Pentágono, um eufemismo que encobre outro [Departamento de Defesa] dividiu o globo como uma torta gigante, em seis pedaços de comando: Eucom, para a Europa e a Rússia; Pacom, para a Ásia; Centcom, para o Oriente Médio e o Norte da África; Southcom, para a América Latina; Northcom, para os EUA, Canadá e México; e Africom, para a maior parte da África.

Mas as ambições do Pentágono não se limitam à Terra: há também o Stratcom, para o comando do cosmo, e o Cybercom, que se dedica a controlar a internet.

De fato, o Comando de Operações Especiais dos EUA (Socom) converteu o planeta em um gigantesco campo de batalhas.

O Socom leva a cabo missões secretas no exterior, como operações “antiterroristas”, de reconhecimento especial e guerra não convencional (inclusive a propagandística). Dedica-se, além disso, a treinar as tropas de seus parceiros estrangeiros, servir como conselheiros e realizar manobras militares conjuntas.

Para além de tudo isto, o imperialismo estadunidense mantém mais de 800 bases militares em todo o mundo. Na América Latina e Caribe, as bases militares são acrescidas pela ação da Quarta Frota da Marinha de Guerra, relançada no ocaso do governo Bush e mantida por Obama.

Não se vê uma só linha nos editoriais da mídia monopolista questionando o nível a que chegou a militarização do planeta, sob o comando do imperialismo estadunidense. Acrescente-se a essas informações que o principal braço armado desse imperialismo fora de suas fronteiras, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), está dotada de uma nova doutrina que preconiza a sua ação intervencionista em qualquer região do mundo.

É igualmente espantoso que a mídia, tão pressurosa na crítica à República Popular Democrática da Coreia (RPDC), ofício no qual suas mentiras são inexcedíveis, silencie diante da informação de que o governo da Coreia do Sul anunciou neste domingo (12) que concordou em pagar US$ 866 milhões neste ano para manter as tropas dos Estados Unidos em seu território, um valor 5,8% maior que o pago em 2013.

Note bem: O governo sul-coreano paga para manter tropas de uma potência imperialista em seu território, uma versão original do neocolonialismo e da ocupação militar estrangeira.

A Coreia do Sul é um país tomado pela psicose militarista e belicosa. Tecnicamente ainda em guerra contra a RPDC, acolhe em seu território cerca de 28 mil soldados estadunidenses e é uma das bases nucleares dessa superpotência, que utiliza a Península Coreana como plataforma para promover ameaças nucleares contra a RPDC, a China e a Rússia.

É imperioso denunciar essas maquinações belicistas do imperialismo estadunidense e seus aliados. No ano em que transcorre o centenário de deflagração da 1ª Grande Guerra e 75 desde a deflagração da 2ª Guerra, nada mais atual do que o apelo do socialista francês Jean Jaurés, fundador do jornal L'Humanité, o célebre cotidiano dos comunistas franceses. Ele dizia: "A luta pela paz é o mais sagrado dos combates".

A 1ª Grande Guerra foi o resultado das disputas entre os blocos imperialistas que se formaram no início do século 20. A 2ª Guerra, além de resultar das rivalidades interimperialistas, foi motivada pelo afã da reação internacional em derrotar o socialismo na União Soviética. Ambas cobraram altíssimo preço em vidas humanas e bens materiais à humanidade. São tragédias cuja repetição é necessário impedir.

Ganha força nesse quadro a ação do Conselho Mundial da Paz e das forças revolucionárias e anti-imperialistas na luta contra o militarismo e o belicismo dos Estados Unidos e seus aliados.

“A verdadeira paz não será alcançada enquanto perdurarem relações de dominação e opressão, de classes e de nações, enquanto vigorar e se agigantar o sistema imperialista, o qual impõe relações econômicas e sociais injustas, como políticas de força e agressão. A paz só pode tomar corpo com a vitória da luta dos povos de todo o mundo por um novo ordenamento político, econômico e social com traços essencialmente distintos dos atualmente vigentes, com a edificação de uma nova sociedade”. É uma opinião, apresentada pela líder do CMP, Socorro Gomes, em evento realizado no último final de semana em Berlim, capital da Alemanha, sobre a qual é indispensável refletir e da qual retirar as pertinentes conclusões. O empenho pela paz como aspecto indissociável da luta anti-imperialista.