Fidel Castro e o plano mórbido do imperialismo

O afastamento temporário de Fidel Castro de suas funções no governo de Cuba, em decorrência de “crise intestinal aguda” que o obrigou a fazer uma “delicada cirurgia”, tem causado reações distintas no mundo. Enquanto os setores progressistas torcem pelo seu rápido restabelecimento, o governo imperialista-terrorista dos EUA, as poderosas corporações empresariais e a repugnante máfia de exilados em Miami não escondem sua torcida mórbida pela morte do líder da revolução cubana. A mídia venal veicula todo dia, com estardalhaço, as minguadas carreatas dos gusanos (vermes, traidores) nas ruas da Flórida – mas evita as imagens de solidariedade a Fidel Castro. 


 



A excitação do imperialismo e dos gusanos é emblemática. Eles nunca aceitaram a sua derrota estratégica nesta pequena e heróica ilha. Antes um “bordel” dos EUA, depois da revolução ela se transformou “no único país do mundo em que não há ninguém abandonado, sem proteção social, dormindo nas ruas. O primeiro do mundo a terminar com o analfabetismo. O único que tem um sistema de saúde universal, que atende gratuitamente a toda sua população, com a melhor saúde pública do mundo. O país que desafiou o império a pouco mais de 100 quilômetros da maior potência bélica da histórica da humanidade, afirmou sua soberania e sua vontade de construir uma sociedade justa e solidária, socialista”, segundo a síntese do sociólogo Emir Sader.


 



O motivo de tamanha morbidez é sórdido. Os derrotados do passado sonham em retomar as suas riquezas e poder. Segundo relato de Tom Crumpacker, membro da Coalizão de Miami pelo Fim do Bloqueio, em junho passado a “Comissão para Assistência a Cuba Livre”, co-presidida pelos secretários de Estado e de Comércio do governo Bush, apresentou o seu novo “plano de transição após a morte de Castro”. O extenso e exaustivo relatório detalha os passos para a recolonização de Cuba. Prega abertamente a privatização dos serviços de saúde, educação, exploração de níquel e turismo; dá destaque especial para a privatização dos novos poços de petróleo encontrados no mar cubano; e fixa a retomada e a indenização das propriedades desapropriadas pela revolução.


 



Outros planos colonialistas, entretanto, já causaram decepção ao imperialismo estadunidense, às corporações empresariais e à máfia dos gusanos. O criminoso bloqueio econômico, que já dura 47 anos; as centenas de tentativas da CIA e de mercenários de assassinar Fidel Castro; e o fim do bloco soviético, que resultou no difícil “período especial”, não conseguiram derrotar a revolução cubana. Ela não está baseada apenas na heróica figura de Fidel Castro. A sua força deriva das importantes conquistas sociais da revolução, do forte sentimento antiimperialista do povo cubano e das variadas formas de organização popular e revolucionária desta sociedade. Logo após a sua cirurgia, Ricardo Alarcon, presidente da Assembléia Nacional, esteve com Fidel Castro e ele resumiu o sentimento cubano: “os revolucionários não se aposentam”.