Híbrido de homem e porco e o que mais?

Essa notícia eu guardei de O Globo, em janeiro do ano passado (agora retrasado): cientistas criaram um embrião suíno com célula-tronco humana que sobreviveu por 28 dias.

Aconteceu no Salk Institute (EUA), onde os autores da proeza a consideram a primeira prova de que é possível criar seres através da combinação material genética de seres humanos e animais.

Será?

Sinceramente, desde que antes mesmo de prestar o vestibular e ingressar na antiga Faculdade de Medicina da UFPE, junto com amigos e amigas, fundei um clube de ciências, aprendi a não duvidar de nada.

A fronteira da pesquisa científica é ilimitada.

E, como escreveu Albert Einstein, no processo de investigação científica o maior mérito frequentemente está em quem formulou a pergunta e não exatamente em que encontrou as resposta.

Então, perguntar não ofende. E a especulação é livre.

Os pesquisadores do Salk Institute seguramente não pretendem, com a experiência do embrião hibrido criar seres “completos”, sejam porcos eretos e falantes ou humanos rastejando em chiqueiro.

Pretendem, na verdade, avançar em estudos sobre drogas e doenças cuja etiologia e tratamento ainda esperam solução.

E desse modo dão a sua contribuição numa área nobre, que pode vir inclusive a solucionar as tão temidas e implacáveis neoplasias.

Ou, noutra dimensão, para preservar espécies em extinção, como fazem cientistas do grupo de estudos de reprodução do Instituto Leibniz de Zoologia e Pesquisa em Vida Selvagem, na Alemanha.

Após o falecimento de Sudan, ultimo macho rinoceronte-branco do norte, há um esforço de criação de embriões híbridos.

Em breve, segundo Thomas Hildebrandt, líder do grupo, poderemos ter o primeiro filhote de rinoceronte-branco do norte em sua versão, digamos, “moderna”.

Comentando o assunto com amigos, logo descambamos para a galhofa – como costuma acontecer em toda roda de brasileiros momentaneamente desocupados.

De imaginários embriões híbridos a partir de células-tronco de Pelé e Neymar a várias combinações de belas mulheres, não faltaram “projetos de pesquisa”.

Entretanto, brincadeiras à parte, como diz meu amigo Epaminondas, em breve as novas gerações poderão viver tranquilamente cento e vinte anos ou mais, beneficiando-se da aplicação de tão espetaculares descobertas científicas.

Pode ser.

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