Um Ano Novo de Resistência e Combate

O ano de 2018 chega ao fim com fortes sinais de alerta à consciência da humanidade, tão assombrosas são as ameaças à sua própria sobrevivência.

São monumentais os perigos de guerra, fascismo, liquidação da soberania de países que lutam para se afirmar como nações independentes e ataques aos direitos sociais.

Em nosso país, vivemos um dos mais difíceis períodos da trajetória histórica da construção nacional. Uma malta reacionária de facínoras tomou o poder por meio da fraude e do engodo. Ávida, prepara o assalto às riquezas nacionais, a opressão dos trabalhadores, a associação do país aos interesses de potentados internacionais espoliadores, dispostos a todos os crimes de lesa-humanidade para realizar seus fins hegemonistas.

O grupo de extrema-direita que assume o poder em Primeiro de Janeiro, imagem e semelhança de classes dominantes reacionárias e instituições estatais decadentes e carcomidas, já demonstrou que investirá sem escrúpulos contra as liberdades políticas para esmagar – se preciso for, a ferro, fogo, fúria e sangue – os sagrados direitos do povo e seus ideais de liberdade, justiça, progresso e paz.

Os nossos votos para o Ano Novo não podem ter outro significado senão o de um juramento de Resistência e Combate pela reconquista da democracia no Brasil e para que se mobilizem todas as inesgotáveis energias do povo brasileiro na senda histórica pela edificação de uma nação livre, soberana, próspera e justa. Sejamos capazes de unir amplas forças por estes elevados objetivos.

Reafirmamos que é tempo de renovar o compromisso de luta internacionalista contra o imperialismo e as guerras que este engendra, pela paz mundial e o socialismo.

Exercendo a batalha das ideias na Página da Resistência, reitero o apego ao ideal comunista e o empenho para que o Partido Comunista do Brasil fortaleça-se como partido de combate, mantendo vivo o ideal de construir a nova sociedade da fraternidade humana.

Na passagem do Ano Novo, quando se comemora o aniversário natalício do camarada João Amazonas (1912-2002), o compromisso com a defesa e a construção do Partido é um imperativo da época.

A defesa e a construção do Partido Comunista do Brasil se impõem com tanto maior força no momento em que sofreu um revés eleitoral, fruto de erros de condução, inseparáveis de desvios teóricos, ideológicos, políticos e orgânicos. Concepções errôneas de Partido acarretam prejuízos práticos, organizativos e políticos. A superação dos problemas decorrentes não será feita percorrendo atalhos ou adotando soluções artificiais.

O velho João Amazonas ensinava que a defesa e a construção do Partido partem do pressuposto da identidade e definição ideológica. Foi esta a razão pela qual decidiu refundar o PCdoB em 1962. Sem a identidade comunista e a adesão à teoria marxista-leninista da revolução social, nada seríamos. Nem seremos.

É a nossa essência, que fornece os atributos para o bom exercício da estratégia, da tática e da política de organização. Um Partido Comunista não se afirma pela autoproclamação, mas exercendo políticas de acumulação revolucionária de forças, em tudo afastadas de tendências à adaptação oportunista à ordem vigente, realizando políticas de alianças que não diluem o objetivo estratégico nem subordinam a organização comunista aos desígnios de forças nacionalistas burguesas e pequeno-burguesas, mesmo quando se apresentem como integrantes do campo da "esquerda" ou do "centro democrático".

Uma peculiaridade da afirmação do Partido Comunista é o esforço pela ampliação de suas fileiras, que não admite estreiteza nem rigidez, menos ainda a transformação da organização leninista, regida pelo centralismo-democrático, num ajuntamento amorfo, voltado para o eleitoralismo e a busca carreirista de cargos institucionais.

O Partido Comunista, como organização, ideologia e linha política, demarca-se de qualquer outro partido ou instituição – governos locais e nacional, igrejas, forças armadas, parlamento etc. -, ainda que com estas possa taticamente convergir no âmbito de políticas pontuais e frentes conjunturais, blocos parlamentares e alianças de movimentos sociais.

Na chegada do Ano Novo, são tantas as questões a debater, é tão necessária a inteligência coletiva, que nenhuma serventia têm o preconceito, a censura prévia e as discriminações e a fúria demissionista, atitudes alheias à dialética. E á ética, termo injustamente indexado como pecaminoso pelos novos Torquemadas. Mente aberta, flores desabrochando, é o de que precisamos.

Pelo povo brasileiro e a memória do João Amazonas, comecemos neste Primeiro de Janeiro proclamando: Resistir já é vencer. Sabemos que na vastidão do século, como dizia o poeta maior, Castro Alves, há “um drama de treva e luz”.

A militância e a organização independente, com ideologia, estratégia e tática, nos colocam no caminho da luta. Pensar no Ano Novo é vislumbrar o futuro, com a certeza de que o tempo e a História se incumbem de desfazer quaisquer equívocos.

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