O golpe está dando água

 O golpe de Estado de 2016, que foi fundamentalmente o golpe do capital contra o trabalho, está dando água junto à população e pode naufragar nas eleições de outubro deste ano.

 Michel Temer e os golpistas conseguiram impor à nação a política de restauração neoliberal, consubstanciada na Emenda Constitucional 95, que congelou os gastos públicos primários por 20 anos; na reforma trabalhista; na abertura do pré-sal ao capital estrangeiro; nas privatizações e em outras iniciativas do gênero

Mas o tempo não tardou a revelar que as promessas que embalaram o impeachment de Dilma Rousseff são falsas e os efeitos das mudanças promovidas a toque de caixa simplesmente catastróficos. A economia não saiu do atoleiro em que afundou no curso da maior recessão registrada na história do capitalismo brasileiro, que subtraiu 7,2% do PIB. A depressão foi acompanhada pela estagnação. Temos hoje cerca de 28 milhões de pessoas sem emprego, segundo o IBGE, e precarização crescente do mercado de trabalho.

A violência urbana e rural avança e assusta. Sob qualquer ângulo que se analise a situação do país percebe-se o rastro do retrocesso e da decadência. O golpe agride a democracia, a soberania nacional e o Direito do Trabalho para favorecer os interesses das classes dominantes. O povo, que aprende com a experiência, rechaça este caminho e prepara-se para dar sua resposta nas urnas.

O descontentamento, ainda silencioso, transparece claramente nas pesquisas que indicam Lula liderando e crescendo nas intenções de voto, apesar de encarcerado injustamente em Curitiba e proibido de fazer campanha. Em contrapartida, o candidato predileto das classes dominantes, o tucano Geraldo Alkmin faz juz ao apelido (Picolé de Chuchu) e não consegue decolar. Reprovado por mais de 90% dos brasileiros e brasileiras, Temer, o golpista-mor, tornou-se um campeão mundial de impopularidade. Avaliado pelos seus resultados, o golpe do capital contra o trabalho é uma coleção infindável de fracassos. Estou convencido de que podemos derrota-lo sem mais delongas.

Em outubro estamos desafiados a realizar a quinta grande vitória política do povo brasileiro, desde 2002.

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