A luta anti-fascista no combate eleitoral

Em questão nas urnas de outubro está tanto a anulação das contra reformas antissociais e antinacionais impostas pelo regime neoliberal de exceção presidido por Temer, quanto a luta para deter a vaga de obscurantismo ultrarreacionário, cuja tropa de choque são os facho-bolsonaristas.

Seria um erro de funestas consequências não levar suficientemente em conta a ameaça fascista no processo eleitoral em curso. É um grave sinal de alarme o mero fato de que o candidato que faz apologia da tortura e dos assassinatos em massa disponha de uma expectativa de 17 a 20% dos votos a pouco mais de um mês da eleição do presidente.

A escandalosa farsa judiciária da prisão de Lula por meio de um processo falacioso, de seu “julgamento” e condenação prévia em duas instâncias sucessivas, com rapidez sem precedente (para impedi-lo de disputar as eleições) levou muitos, no campo popular, a achar que o consórcio golpista de 2016 já tinha feito a parte mais importante do trabalho sujo de violação da soberania popular. Não é, porém, necessário um grande esforço de imaginação para antever a nova maré de bestiais agressões e brutalidades contra os direitos dos trabalhadores e da massa da população que inundaria o Brasil caso o “idiota perigoso” venha a triunfar. A probabilidade não parece muito alta, mas o desastre seria tamanho que é urgente uma mobilização mais forte do que até agora contra o admirador e discípulo incondicional do torturador Brilhante Ustra e consortes.

A expressão “UM IDIOTA PERIGOSO” não é nossa, mas de Cid Benjamin, numa nota reproduzida pela lista “Esquerda de Ruptura” na WhatsApp (ou zápi, como diz o povo). Cid resumiu a perigosa boçalidade do ex capitão do Exército em dez de seus sinistros zurros, tendo o cuidado de associar a cada zurro o endereço internético onde a “autenticidade das citações” pode ser confirmada. As frases abaixo, que exalam nauseabundo odor de fascismo, racismo, misoginia, homofobia e entreguista (retomo os qualificativos da Nota do Cid) “e que, ademais, fazem apologia de crimes – são do deputado Jair Bolsonaro”. Acrescento uma diferença não pequena entre este e seus protótipos históricos: Mussolini e Hitler eram nacionalistas, jamais teriam em relação a uma potência estrangeira atitude reverenciais e de lesa pátria como a que está consignada na abominável declaração sobre a Amazônia (fim da lista do Cid).

Sobre a ditadura (I): "O erro foi torturar [os presos políticos] e não matar"

Sobre a ditadura (II): "Se ela tivesse matado mais gente, teria sido melhor"

Sobre negros (I): "Quilombola não serve nem pra procriar"

Sobre negros (II), ao ser perguntado sobre qual seria sua reação se um filho se relacionasse com uma negra: "Eu não corro o risco, meus filhos foram bem educados".

Sobre o massacre do Carandiru: "A PM deveria ter matado mais de mil presos, e não só 111



Sobre o país: "Só vai mudar com guerra civil, matando uns 30 mil"

Sobre homossexuais: "Eu seria incapaz de amar um filho homossexual. Prefiro que um filho morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí"

Sobre estupro: "Não te estupro porque você é muito feia e não merece", para a deputada Maria do Rosário

Sobre honestidade: "Eu sonego imposto. Sonego o que for possível"

Sobre a Amazônia: "A Amazônia não é do Brasil. Devemos entregá-la aos Estados Unidos porque não sabemos explorá-la"

Assinamos literalmente em baixo da conclusão do Cid:

“Que haja quem diga tais barbaridades, paciência. Idiotas existem. Mas é preocupante um idiota estar em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto para presidente. O fenômeno reflete o crescimento do neofascismo, que cria o clima de ódio irresponsável no país com consequências imprevisíveis e irreparáveis. É bom abrir o olho. Quando, nos anos 20 do século passado, Hitler surgiu na Alemanha também foi considerado uma figura caricata”.

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