Até quando Geraldo Alckmin será um alvo intacto?

Rolando a barra de notícias de Face, reparo que tá um tiroteio arretado. É bala pra todo lado. E todo mundo tem sua cota de munição recebida no peito. Todo mundo, vírgula: existe um sujeito que tá rindo feito besta.

Parece que a ira política da militância não gosta de alvejar chuchu. Geraldo Alckmin, do PSDB, candidato dos banqueiros, dos especuladores e do capital estrangeiro, não tem merecido uma reles azeitona retórica no proeminente respiradouro; nem mesmo uma piaba na careca; um peteleco que seja no pavilhão auricular.

Bestonsauro, o fascista, cachorro louco abrigado no PSL, vem desempenhando, querendo ou não, o papel de para-raio de Geraldinho, o verdadeiro candidato da direita. Em breve, Meirelles, do MDB, compartilhará o posto com o capitão tão covarde quanto brucutu, e fará a vênia de receber os petardos que mereceria Alckmin, o verdadeiro candidato de Temer.

A tática do Imperialismo trumpista – patrão de caiados e setúbais -, tática há muito urdida e acionada, vem dando certo: pautas multi-pós-plus-ultra específicas para fazer o movimento social e a academia baterem cabeça; bombardeio midiático ininterrupto contra a esquerda; judiciário, algoz do Brasil e de seu povo, submisso ao seus ditames; congresso majoritariamente venal e mafioso; governo fantoche, aparelhado por Temer e sua gangue, mantidos por aparelhos enquanto o verdadeiro lobo não vem; manobras diversionistas à base de candidatos para-raios, para distrair o eleitor e atrair a ira santa de tantos quantos se deixam provocar; incentivo à divisão eleitoral do campo nacional e popular.

Já dissemos aqui e algures que o PSDB é a espinha dorsal do Golpe de 2016. Temer, o Mínimo, e seus angorás e quejandos do MDB, estavam entre a meia-lua e o gol, receberam a pelota e marcaram. Desferido o golpe, preso Lula, arranjada a ampla coalizão conservadora, agora se trata de tomar o Planalto com um candidato de confiança dos que mandam no mercado: os grandes oligopólios dos Estados Unidos, da Europa e da Ásia. E esse candidato só poderia ser Geraldo Alckmin, da coligação PSDB de FHC e Aécio, PP de Maluf e Ana Amélia, DEM de Rodrigo Maia e ACM Neto, PTB de Roberto Jefferson, PSD de Kassab, SD de Paulinho da Força, PPS do trânsfuga Roberto Freire, mais PRB e PR.

Sendo Geraldo Alckmin o candidato de potências estrangeiras – portanto, o maior traidor da Pátria no momento – ele é que deve ser o verdadeiro alvo das forças populares, nacionais, democráticas e de esquerda. Hostilizar Ciro Gomes, Boulos, Lula, Haddad, o PSB, é gastar munição entre aliados. As candidaturas estão dadas; os arranjos, concluídos. Os métodos utilizados para impor hegemonias; os erros de condução política; as injustiças; as diferenças – a essa altura, insistir em apontá-los é um desserviço à causa da gente brasileira.

Mesmo candidatos reservas da direita devem receber dose regrada de chumbo. As baterias, a artilharia, os bombardeios devem se concentrar no tucano que reuniu poder suficiente para vencer as eleições e entregar o Brasil à sanha desenfreada da pirataria estrangeira, dos agiotas daqui e de fora, e dos escravocratas de sempre, assassinos de trabalhadores rurais, senhores de sesmarias improdutivas, ladrões de terra alheia, especuladores imobiliários. Esse é o verdadeiro 'crime organizado' que assola o Brasil.

Alckmin conta com forças detentoras de poderosas bancadas na Câmara e no Senado, e seu PSDB fez ninhos em importantes unidades da federação. Só em São Paulo, principal estado do País, tem a retaguarda da prefeitura da Capital, onde se computa a cifra de 12 milhões de habitantes, dos grandes municípios do ABC, berço do lulismo, e outras cidades de grande e médio porte. Geraldinho terá a seu favor, além do maior tempo no horário eleitoral gratuito, 24 horas de exposição positiva nos grandes meios de comunicação, vultosos recursos de campanha e o beneplácito do judiciário.

Deixemos de lado, portanto, a sangreira derramada durante a pré-campanha. No momento oportuno, cobrar-se-ão as faturas. A hora é de conjugar forças no combate ao leviatã em formato de chuchu que vem com tudo e não dará mole. As chapas Lula-Manu-Haddad, Ciro-Kátia, Boulos-Sonia e Goulart-Leo devem combinar lances, golpes, estocadas, a fim de exaurir as energias do adversário e levá-lo às cordas. Se as forças do povo, combinadas, conseguirem arrancar à conjuntura eleitoral um segundo turno, o jogo muda de feição e a vitória do Brasil sobre seus inimigos poderá no sorrir.

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