A volta das doenças erradicadas: mais uma etapa do Golpe de 2016

Uma das coisas mais surpreendentes que teve destaque na grande mídia neste último mês de julho foi a volta das ditas doenças erradicadas.

Mas o que seria isso? Em resumo, é a volta de moléstias que não eram mais presentes no país graças ao sucesso das campanhas de vacinação e conscientização da população, com destaque para as ações do Sistema Único de Saúde (SUS) ao longo da primeira década dos anos 2000.
Sarampo, difteria e poliomielite (pólio) estão de volta, o que é uma notícia tanto preocupante como triste, pois nos traz à lembrança de tempos passados que não pensaríamos ver novamente tão cedo.

Em relação ao sarampo, o Brasil não apresentava novos casos desde 2016, entretanto, só este ano (de acordo com o Datasus) já foram registrados 995 casos com uma suspeita de morte.
A difteria, que gera problemas respiratórios, já possui 6 casos suspeitos em nossas terras (novamente segundo o Datasus), bem menos que Haiti e Venezuela, dois países latino americanos com grande incidência desta doença outrora erradicada por aqui.

Por último, temos a poliomielite, que desde 1990 está extirpada no Brasil e que ainda é endêmica somente na Nigéria, no Afeganistão e no Paquistão, coincidentemente países muito pobres. De acordo com o Ministério da Saúde, ao menos 312 cidades brasileiras de todas as regiões apresentam alto risco de apresentarem crianças com suspeita desta doença, que assim como as outras, também pode ser prevenida através da vacinação.

Mas por que estas doenças já erradicadas estão voltando? Será coincidência? Na verdade, não, a culpa disso tem nome: golpe de 2016. Vejamos:

A promulgação da chamada “PEC da Morte”, no fim de 2016, carro chefe do governo golpista liderado por Michel Temer, congelou por 20 anos os investimentos em saúde e educação. O resultado, quase 2 anos depois, começa a ser sentido agora: falta de verba para as escolas, universidades e, claro, para o SUS.

Este processo de sucateamento do sistema público, reflete diretamente na volta destas doenças, pois sua prevenção se dá através da universalização da vacinação infantil, em queda desde o golpe que derrubou a presidenta Dilma exatamente pela diminuição dos investimentos.

Para se ter ideia de quão grave é esta situação, até mesmo o próprio Ministério da Saúde, em relatório próprio, admite que as metas de vacinação estão bem abaixo do contingente estabelecido no planejamento anual da pasta.

Neste mesmo relatório, é assustador os baixos números observados de cobertura vacinal. No caso da pólio, por exemplo, diversas cidades não conseguiram atingir nem mesmo 15% do previsto, o que coloca parte significativa da nossa população sob alto risco de contaminação!

A irresponsabilidade do governo Temer é tamanha que para levar a cabo seu golpe de estado e saquear nossas riquezas, são capazes de deixar o povo mais humilde à deriva, ou seja: destruindo o SUS através da diminuição dos seus investimentos, faz com que o direito universal à saúde se torne um bem comercial, favorecendo a indústria dos planos privados de saúde e relegando os que não tem condições de pagar suas altas mensalidades ao limbo.

Em tempos de eleição, é fundamental olhar para estes números e saber qual plataforma defende cada candidato, pois o parlamentar que votou a favor do congelamento da verba destinada à saúde e educação não pode dizer que defende estas bandeiras, pois ele também é responsável pelo caos social que estamos tendo no país!

Tristes tempos onde os direitos constitucionais mais básicos estão escorrendo por nossas mãos. E pensar que cerca de 10 atrás estávamos competindo com as maiores nações do mundo…

Até a próxima.

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