Ataque à Síria é ação de guerra de amplo espectro

A agressão perpetrada no último sábado (14) pelos Estados Unidos, Reino Unido e França contra a República Árabe Síria é ato de banditismo internacional, merecedor da veemente condenação por todos aqueles que têm na busca da paz mundial um ideal inegociável.

Reuters/Sana

Revoltante que a França, o país em cujo Panteão se encontram as cinzas de um dos mais importantes pacifistas dos séculos 19 e 20, Jean Jaurés, assassinado às vésperas da eclosão da Primeira Guerra Mundial, seja um dos países da coalizão agressora. E que seu presidente, demonstrando ignorância e despreparo, considere que a ação foi multilateral porque realizada por três países.

O ato de guerra foi a todos os títulos uma ação imperialista destas potências. Atinge não somente a Síria, mas todos os povos e países amantes da paz e que lutam para preservar sua soberania nacional.

O fato agrava a já tensa situação internacional, representa uma escalada na execução de uma política de guerra e configura-se como uma ameaça à segurança internacional e à paz mundial.

É mais uma violação à Carta das Nações Unidas e a todas as normas do Direito Internacional. O Conselho de Segurança da ONU, contudo, promove o esvaziamento do papel deste órgão multilateral, ao não aprovar uma resolução condenando o ato de agressão das três potências e ao priorizar o debate sobre a chamada intolerância ao uso das armas químicas. E o faz quando já ficou demonstrado que o suposto uso de substâncias tóxicas pelo governo sírio não passou de grosseira montagem, mais uma mentira dos meios de comunicação a serviço do imperialismo. Um incrível paradoxo, porquanto o organismo encarregado de defender a Carta das Nações Unidas e impedir com ações pró-ativas o uso da força e dirimir politicamente os conflitos internacionais, contribui com este tipo de comportamento diversionista para agravar os conflitos e aumentar o perigo de guerra.

A agressão à Síria não foi um fato isolado. Inscreve-se no quadro da política permanente do imperialismo estadunidense e do sionismo israelense tendente a criar o chamado “grande Oriente Médio” sob sua hegemonia, o que implica aniquilar os adversários políticos. Foi este o sentido da chamada primavera árabe, da destruição da Líbia, com o assassínio do seu líder. É este o sentido da ofensiva contra o Irã e da afanosa atividade, que envolve até mesmo o terrorismo, já há sete anos, para desmembrar e destruir a Síria.

A solidariedade com o povo sírio e seu governo é um imperativo a quem deseja a paz. Seria ilusão supor que estamos em berço esplêndido na nossa região e livres de quaisquer turbulências e ataques. Os agressores da Síria são os mesmos que promovem a subversão e o terrorismo para derrocar o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro, estão por trás de outras intentonas golpistas na América Latina e apoiam o regime reacionário do golpe no Brasil. As políticas de guerra e agressão do imperialismo estadunidense e seus aliados são de amplo espectro e uma ameaça a todos os povos.

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