Cúmplices de Temer: mais uma farsa grotesca do golpe

Pela norma legal é CRIMINOSO não apenas quem diretamente comete o crime, mas todo aquele que, direta ou indiretamente, contribuiu para que tal crime acontecesse, seja pela sua ação ou pela simples omissão.

Assim, todos aqueles que patrocinaram, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, o degradante espetáculo para cassar Dilma Rousseff (PT) e colocar Michel Temer (PMDB) no seu lugar, são cumplices dos crimes que ele tem praticado, seja como pessoa física ou jurídica.

Até o dia do golpe, alguns até poderiam reivindicar a ignorância a seu favor.

Argumentar que não sabiam que Temer chefiava uma quadrilha, segundo o procurador geral da república (PGR); que desconheciam que ele negociava propina dentro do próprio palácio do planalto, conforme gravações igualmente apresentadas pela PGR; que jamais poderiam imaginar que seu assessor pessoal, Rodrigo Loures, seria filmado transportando uma mala recheada de dinheiro dessa propina; e nem tampouco que seu homem forte, Geddel Vieira, guardava uma montanha de dinheiro, mais de 50 milhões de reais, em apenas um dos apartamentos “estourados” pela polícia federal. Essa dinheirama, cuja origem ilegal parece não restar dúvidas, certamente faz falta para a segurança, produção de alimentos, saúde e educação, além da previdência social.

E, por mais impactante que possa parecer, esses são os “menores” crimes de Temer. O maior crime dele e de seus asseclas é o atentado à nossa soberania; as privatizações criminosas de nossas riquezas estratégicas, como o pré-sal, torradas a preço vil para grupos estrangeiros; a entrega de nossos aeroportos a grupos estrangeiros, colocando em risco a nossa soberania; a tentativa de agressão ao patrimônio amazônico; a “legalização” do trabalho escravo; a reforma trabalhista, que fulminou com os parcos direitos trabalhistas, conquistados a duras penas ao longo dos tempos; e, o CRIME DOS CRIMES, a reforma da previdência para impedir que você se aposente.

Mas, após o golpe, todos esses crimes vieram à tona com provas documentais e não apenas com ilações e desejos rancorosos, como geralmente são as acusações movidas contra lideranças de esquerda. E o que fizeram os deputados e deputadas?

Acobertaram o crime, sem qualquer cerimônia. Alguns, cinicamente, ainda procuraram arranjar algum pretexto grotesco do tipo “se a esquerda está de um lado, estou do outro” na tentativa de “justificar” porque votaram para cassar Dilma Rousseff, por “crime” de pedalada fiscal, e agora protegiam Temer acusado de um rol de crimes de fazer inveja a qualquer marginal de alta periculosidade.

Temer, a rigor, não precisava de nenhum voto. Bastava que 172 deputados (as) não comparecessem ou se abstivessem da votação para que seu 2º processo fosse sepultado, enterrado, tal qual ocorreu com o primeiro em agosto desse 2017.

Assim, quem estava ausente ou se absteve votou Temer.

E para demonstrar o quanto estavam gratos pelos mimos escandalosamente negociados, nada menos do que 278 parlamentares ficaram com Temer e impediram que o processo fosse enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para uma investigação técnica. Esses 278 foram assim distribuídos: 251 no plenário (12 a menos em relação a 1ª denúncia), 25 ausências e 2 abstenções. E Temer ficou para continuar desmontando o país.

A oposição e os dissidentes do governo somaram apenas 233 votos, ou seja, 109 votos a menos do que os 342 necessários para que o processo contra Temer fosse autorizado.

Esse é o fato e por tudo isso, os parlamentares que acobertaram Temer são igualmente criminosos e deveriam responder, não apenas politicamente, mas, também, juridicamente, pela cumplicidade de um crime.

No Amazonas apenas a Senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) votou contra o golpe. Todos os demais (8 deputados (as) e 2 senadores) votaram com Temer.

E Temer, apesar de 97% da população rejeita-lo, ele continua contando com esses parlamentares. Votaram com ele: Alfredo Nascimento (PR), Atila Lins (PSD), Carlos Souza (PSDB, ausente), Hissa Abrahão (PDT, ausente), Pauderney Avelino (DEM), Silas Câmara (PRB). O Deputado Sabino Castelo Branco (PTB), que votou com Temer na 1ª denúncia, está efetivamente hospitalizado em estado grave.

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