Eleição presidencial de 2006 poderá repetir 1950

A campanha eleitoral presidencial de 2006, bem como seus desdobramentos, poderá lembrar as eleições de 1950, em que Getúlio Vargas, pelo voto popular, retornou à Presidência da República, tendo disputado contra os candidat

Os adversários do presidente Getúlio Vargas, que desde a campanha o acusaram de corrupto, autoritário e de praticar assistencialismo, não deram trégua no segundo governo, levando o presidente ao suicídio em 1954. Os adversários do presidente Lula, igualmente, não lhe darão trégua alguma na campanha nem no segundo mandato, caso seja reeleito.

Naquela eleição, como nesta, a candidatura de centro, que poderia constituir-se na terceira via, foi traída por seu partido. Em 1950, o candidato do PSD, Cristiano Machado, foi abandonado pelo partido, que apoiou majoritariamente o candidato do PTB, Getúlio Vargas. Foi nessa época que surgiu a expressão “cristianizar”.

Neste pleito, igualmente, a tendência é que o partido de centro, o PMDB, que poderia se constituir em real alternativa de poder, ou não lance candidato ou “cristianize” seu candidato, apoiando o atual presidente ou mesmo o candidato da oposição.

As coincidências estão até nos preconceitos. Naquela época, o candidato da UDN, brigadeiro Eduardo Gomes, numa frase infeliz, disse que não precisava de voto de marmiteiro, ofendendo os operários, que votaram maciçamente em Getúlio Vargas.

Agora, FHC, o principal patrono da candidatura tucana, também numa frase infeliz, ofendeu os pobres do Brasil, ao dizer que as pessoas de origem humilde que ascendem socialmente ficam deslumbradas e vulneráveis à prática de corrupção.

Tal como em relação a Getúlio Vargas em 1950, o objetivo da atual oposição é de impedir um novo mandato para o presidente Lula. Se não conseguirem derrotá-lo no voto, vão propor seu impeachment, conforme antecipam os jornais com quase seis meses de antecedência do pleito.

Prudentemente, parece que a oposição desistiu de ir para as ruas pedir o impeachment do presidente nesse período pré-eleitoral e decidiu concentrar sua luta no campo institucional, dentro do Congresso, porque se o fizesse, muito provavelmente haveria resistência de setores dos movimentos sociais, fato que criaria um clima de instabilidade no País.

De qualquer modo, a julgar pelo clima político de agora, as eleições deste ano e um eventual segundo mandato do presidente Lula serão muito tumultuados.

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