Energia solar: energia limpa e sustentável para o Amazonas

Concluímos, na ultima sexta-feira, dia 14, o I Seminário de Meteorologia e Climatologia do Amazonas. Foi um passo inicial no projeto de pesquisa que vamos trazer para a UFAM no sentido de disseminar e popularizar o uso de energia solar no Amazonas.

 Estamos na linha do Equador e temos uma incidência solar de 5,5 horas, em média, por dia. Por que nunca se pensou em usar a energia fotovoltaica aqui? A pesquisadora Helena Flávia Naspolini, da UFSC, atribui ao lobby dos grupos de energia fóssil essa falta de divulgação. Eles evitam que se fale no assunto pois a outra modalidade é mais rentável para eles.

Vamos fazer a nossa parte e divulgar o uso dessa energia limpa e tão abundante por aqui. Nossa intenção, a princípio, é transformar os dois prédios da Faculdade de Ciências Agrárias em prédios fotovoltaicos. Os dois terão capacidade para produzir 40 mega watts, o suficiente para abastecer 300 casas de consumo médio de energia elétrica.

O projeto é semelhante ao da UFSC, que ajudei a financiar quando estive à frente da Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do MCTI. Lembro bem que, na época, empresários me procuraram e pediram para que o ministério abrisse mão de um percentual que deveriam investir em projetos de Pesquisa e Desenvolvimento por não encontrarem demanda nas regiões Norte e Nordeste. Eis que , se depender de mim, já terão um.

Além disso, pretendo ainda, por meio da pesquisa, usar energia solar em projetos de cunho social, tais como fábricas de gelo e ônibus universitário. Algumas iniciativas no Brasil já estão em funcionamento. Aqui no Amazonas, sol é abundante o ano inteiro e a energia elétrica escassa. Por que não investir nessa ideia?

Para comercializar energia solar, no entanto, não basta ter sol. A ANEEL obriga que a região tenha um mapa solarimétrico e é isso que vamos ter no Amazonas em 5 anos. Vamos instalar estações de medição em quatro pontos do estado e, a partir daí, ter esse dado com precisão. Daí poderemos produzir e vender energia, tudo dentro da lógica da sustentabilidade, cujo significado vai além da preservação ambiental. Está relacionado à independência política, econômica e social.

No início de agosto, a convite da ANEEL participo de reunião para tratar os novos rumos que a agência pretende dar ao Programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), especificamente à questão da obrigação legal de aplicação de recursos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O primeiro passo foi dado.

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