Amazonas: uma eleição diferente

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o governador do Amazonas, José Melo (PROS), por compra de voto, abuso do poder econômico e, principalmente, por manifesta incompetência para o exercício do cargo.

 Na sua curta gestão os escândalos se multiplicaram, praticamente todos os serviços públicos entraram em colapso, projetos estruturantes do estado foram paralisados, o caos se estabeleceu e culminou com a chacina de uma centena de detentos nos presídios privatizados do Amazonas, muitos dos quais assassinados com requintes macabros.

A cassação, assim, representou um alivio para a população e fez surgir um surto de esperança numa solução que possa enfrentar e solucionar a situação de caos em que ele deixou o Estado.

Melo foi eleito com o apoio do Senador Omar Aziz (PSD), do DEM e do PSDB, do atual prefeito Artur Neto. Não era de estranhar, portanto, sua pauta conservadora enviada a Assembléia Legislativa para retirar direitos dos trabalhadores. O que fez aumentar ainda mais o seu desgaste. Chegou ao fim no patamar de Temer, na zona morta de popularidade.

E agora temos o desafio de encontrar uma alternativa nas eleições que ocorrerão no dia 06 de agosto próximo.

De nossa parte aprovamos uma resolução orientativa à militância e a sociedade baseada em 03 pressupostos: condenar a tática de pulverização de candidaturas recorrentemente usada pelo grupo do Melo para evitar polarização e facilitar ataque ao adversário real; buscar, portanto, construir uma candidatura eleitoralmente viável e capaz de derrotar esse grupo cassado por corrupção eleitoral; e, finalmente, pugnar que essa candidatura fosse contra as reformas de Temer, especialmente a Trabalhista e Previdenciária.

Por decisão unânime do Comitê Estadual e da Comissão Política o PCdoB decidiu apoiar o Senador Eduardo Braga (PMDB) por entender que este representa a única candidatura que preenche satisfatoriamente os pre-requisitos expresso no “programa mínimo”. A coligação conta, ainda, com o PR, que indicou o vice, PTB, PSDC e o Solidariedade.

Seguindo a lógica, o grupo de Melo se reagrupou em torno do ex-governador Amazonino Mendes (ex-PFL), hoje filiado ao PDT, e estimulou o lançamento de várias candidaturas para tentar evitar uma polarização já no 1º turno. Contam com o apoio do PSD, DEM, PSDB, PRB, PROS e outras siglas menores.

Em parte obtiveram sucesso com a tática da pulverização e nada menos do que 08 candidatos disputarão o pleito: além de Eduardo Braga e Amazonino serão candidatos Rebeca Garcia (PP e PTN); Marcelo Serafim (PSB e PMN); Luis Castro (Rede e PSOL); Wilker Barreto (PHS e PTdoB); Zé Ricardo (PT) e Liliane Araujo (PPS).

Embora as duas candidaturas reais – Eduardo e Amazonino – representem pólos distintos, o que em tese facilitaria a compreensão de se evitar essa pulverização, acabou prevalecendo interesses menores e, mais uma vez, a tática do grupo do Melo funcionou.

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