Todos nas ruas pelas Diretas Já!

A ideia original desse artigo era continuar o debate do anterior (Brasil para os brasileiros: um projeto de nação para derrotar o golpe), abordando principalmente as tarefas e o papel dos comunistas nesta conturbada quadra política. Porém o desenrolar dos acontecimentos e o aprofundar da crise política impõe, sem deixar de tratar do assunto, fazer uma incursão sobre os últimos fatos.

A delação premiada dos executivos da JBS colocaram no centro da crise o presidente golpista Michel Temer. E abalaram a continuidade de seu governo ilegítimo. A crise gerada coloca no centro o fim do governo usurpador.

Se Temer já tinha o governo com legitimidade contestada, por conta da chegada à Presidência sem votos e através de um golpe, agora, com a delação da JBS, vai perdendo as condições de permanecer governando. Inicia-se nova fase no ciclo Temer, que já tinha o governo contestado por conta das contra reformas regressivas.

Mas o governo não cairá por si só, será necessário ampla mobilização social e construção de alternativa viável para governar, mesmo que num governo transitório. As forças mais progressistas, sindicatos, movimentos, já encontraram uma bandeira ampla para esta batalha, diretas já!

Porém essa bandeira não será viabilizada automaticamente. Para a suas sustentação é necessário ampla mobilização do povo, tomar as ruas do país. Mas uma bandeira ampla necessitará de amplas forças para sustentá-la e para na caminhada tornar viável uma alternativa ao governo golpista. Neste caminho não poderá ter limitações, será necessário todos os que já defendem esta bandeira e precisa ganhar mais forças ainda. O sectarismo é o caminho da derrota das diretas.

Papel dos comunistas

Numa batalha da envergadura da luta pelas diretas e no esforço para encerrar o governo Temer, para os comunistas está reservado um papel de relevo e com variadas tarefas. De um lado está o desafio de realizar ampla mobilização do povo. Os atos no Rio e em São Paulo desempenharam importante papel, dando a largada da campanha pelas diretas já! Mas é necessário ampliar a mobilização do povo. A greve geral convocada para o dia 30 de junho também será uma pagina importante. Porém é preciso a realização de grandes e amplos atos em todo país.

Por outro lado, como é da tradição do PCdoB, faz necessário diálogo amplo para a saída da crise. A busca e a luta para envolver os mais amplos setores para engrossar o caldo da luta. E os comunistas devem ser os primeiros e os mais ativos na batalha pelo envolvimento de mais forças nesta caminhada. A busca pelos partidos e lideranças que já romperam com o governo golpista e a pressão para que outros também venham romper carecem de amplitude. A luta é para por fim ao governo Temer e pelas diretas e nela não cabem demarcações pueris, o sectarismo é um dos maiores aliados do governo usurpador.

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