Lutar para impedir retrocessos

Em cada momento da vida é preciso saber qual é o “nó” que, uma vez desatado, permite que a luta política alcance outro patamar. Nesse momento esse nó responde pela defesa da política, aqui entendida como toda e qualquer ação de interesse coletivo e, portanto, distinta da politicagem que é como o senso comum define a política.

E a preponderância da política decorre do fato de que as soluções que o Departamento de Estado Americano, através de seus operadores locais, vem apresentando é, claramente, a negação do todo em favor de corporações desprovidas de legitimidade popular. Ou mais grave, que se abra espaço para aventureiros, cujas consequências são imprevisíveis.

Obviamente que isso jamais será possível enquanto governo e povo falarem línguas distintas como se observa no momento. Contradições entre governo e cidadãos é algo normal. O que não é normal é um governo tramar, 24 horas por dia, contra os interesses do próprio povo.

Por isso, nesse momento, a defesa desse objetivo maior – a defesa da política, da democracia – passa pela derrota das medidas antipovo que Temer e seu consórcio estão enviando ao congresso, especialmente a reforma da previdência, ou melhor, o fim da aposentadoria.

Diferentemente do que algumas correntes sectárias imaginam, não é com derrotas que o povo adquire consciência, mas sim com vitórias. A derrota, no máximo, causa revolta, não consciência.

Assim, a greve geral do próximo dia 28 de abril é principal combustível de que o movimento popular pode lançar mao para, a um só tempo, impedir que seus direitos sejam destruídos e para derrotar o governo ursupador.

Talvez muitos achem que a revolta contra a reforma da previdência seja algo exagerado dos sindicalistas e movimentos sociais de maneira geral. Infelizmente não é.

Na prática, tudo indica, o que o governo pretende mesmo é acabar com a previdência pública e não apenas reforma-la, na medida em que, se eventualmente for aprovada a reforma nos termos proposto pelo governo, haverá uma fuga em massa do sistema público para planos privados.

E a conta é simples. Dificilmente alguém se aposentará, em condições normais, com as novas regras, que exige, de forma combinada, 65 anos de idade mínima e 49 anos de contribuição, ambas as exigências tanto para homens quanto para mulheres.

Se alguém começar a contribuir, por exemplo, com 22 anos de idade e não ficar um único dia desempregado ou sem contribuição, irá alcançar os 49 anos de contribuição quando tiver nada mais nada menos do que 71 anos. Essa conta, aos poucos, todos vão entendendo.

Mas não basta compreender. É preciso lutar para impedir esse assalto e, nesse caso, a greve geral do dia 28 é o principal palco de combate do momento.

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