Resistir e ampliar

Quando a direita operou o golpe para depor a presidenta Dilma tinha convicção do que pretendia fazer: afastar a presidenta eleita, interromper as investigações em curso, suspender ou reduzir os programas sociais e retirar direitos dos trabalhadores, ou seja, voltar a aplicar a surrada, manjada e comprovadamente ineficiente política neoliberal.

Afastar a presidenta era a primeira medida, sem a qual não seria possível avançar para as demais. Era preciso que alguém sentado na cadeira de presidente concordasse com essa pauta de arrochos, sem o que o projeto já nasceria natimorto. Temer topou se prestar a esse patético papel de ventríloquo do império internacional e dos banqueiros. Essa etapa, portanto, foi cumprida com a rapidez das famosas “guerras relâmpagos” de Hitler e, convenhamos, com grande eficiência por parte dos golpistas.

O corte nos programas e até mesmo a supressão de alguns estão sendo executados, igualmente, com algum sucesso, apesar do desgaste que tem levado a popularidade do presidente para o “volume morto”. Mas estão executando.

Tudo indica que eles têm encontrado alguma dificuldade em conter as investigações, mesmo aquelas com certa espetacularização, sinalizando que essa parte do aparelho de estado está agindo “outsider”, com certa autonomia em relação aos demais atores.

Mas a maior resistência, talvez não prevista nesse patamar por eles, é quanto a retirada de direitos dos trabalhadores, especialmente no que diz respeito a reforma da previdência.

Afinal, até mesmo jornalistas aliados deles chegam a questionar como o presidente quer aumentar a idade de aposentadoria dos trabalhadores se ele se aposentou com menos de 50 anos. Aliás, com gordo salário.

Somado a essa flagrante incoerência, estão os números grotescamente manipulados de receitas e despesas previdenciária, onde despesas não previdenciárias são apresentadas no balanço para sustentar um “rombo” que não existe. E também uma campanha de terror de fazer inveja a Joseph Goebbels, o propagandista do nazismo, que costumava ensinar que “uma mentira repetida mil vezes vira verdade”.

Apesar de tudo isso o povo resiste, o movimento sindical e popular esboça o inicio de ações unitárias, os meios de comunicação vão perdendo a ênfase na defesa golpista e até mesmo os parlamentares aliados começam a olhar para os índices de aprovação de Temer e as urnas de 2018. Começam a fazer contas. E nessa matemática Temer perde de goleada.

Eis porque é necessário ampliar a RESISTENCIA e, ao mesmo tempo, ampliar o leque de aliados, independentemente se ontem eram golpistas. No momento o objetivo central é barrar o avanço da direita. Não permitir retrocessos sociais, populares e democráticos.

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