Fidel e seu legado

O falecimento do líder histórico da Revolução Cubana causou profunda dor e consternação ao povo da Ilha revolucionária e a todos os povos amantes da paz, da liberdade, da justiça e do progresso social. A todos os anti-imperialistas. A todos os que se batem nos quatro cantos do mundo por uma nova sociedade, sem a opressão e a exploração capitalista.

As homenagens que Fidel recebeu correspondem à sua imensa estatura de líder político e estadista. Em contraste, ficou exposta a indignidade dos anticomunistas, anticubanos, escribas alugados de decadentes veículos de comunicação.

Fidel merece todas as honras, porque dedicou toda a sua vida à libertação dos povos, às grandes causas da humanidade – a paz, a libertação nacional, a emancipação social dos trabalhadores, o socialismo. Lutar era seu elemento. Porque foi um revolucionário que lutou como poucos, arrostando perigos, enfrentando inimigos poderosos.

Porque foi o grande mentor dos combatentes por um mundo melhor, de justiça e fraternidade. Sua obra atravessou grande parte do século 20 e a década e meia transcorrida do século 21. Uma obra perene, que deixa indeléveis marcas na história.

Em nossos combates, sempre teremos presentes o pensamento lúcido e agudo, as ideias afiadas de Fidel, homem de pensamento e ação, um líder de expressão mundial que orientou os lutadores pela causa do progresso social e a emancipação da humanidade. Foi a personalidade mais lúcida de nossa época, a voz mais enérgica na denúncia dos crimes do imperialismo. Fidel compreendeu em toda a sua complexidade os gravíssimos problemas políticos e socioeconômicos mundiais e deu certeiras diretrizes para a luta dos povos por liberdade, independência, autodeterminação, progresso social, justiça e o socialismo.

Fidel infundiu na nossa geração de combatentes princípios e fundamentos ideológicos, teóricos, culturais e éticos imperecíveis. Ao liderar a batalha das ideias, desafiou o lugar comum, rechaçou a rendição, pôs de pé, nas condições adversas da brutal ofensiva dos inimigos dos trabalhadores e dos povos, uma imensa legião de homens e mulheres em todo o mundo, dispostos a dar continuidade à luta pelo socialismo num momento de transe para os povos.

Com seus princípios revolucionários, Fidel Castro abriu caminhos, apontou rumos, descortinou horizontes. Teve como poucos perspicácia estratégica, compreensão profunda dos males que assolam a humanidade e suas causas: o sistema capitalista, o imperialismo, as políticas espoliadoras de opressão e guerra aos povos e nações, políticas que levariam à destruição da própria espécie humana se não se lhe opusesse tenaz resistência e luta.

Fidel segurou com pulso firme a bandeira da Revolução em seu país. Foi o que salvou a heroica nação cubana e redimiu seu povo, quando a potência imperialista estadunidense empreendeu durante décadas a fio uma ofensiva para estrangular a construção nacional.

Fidel desenvolveu e enriqueceu o marxismo-leninismo em fusão com o pensamento da libertação do povo cubano e latino-americano. Disso resultou um criativo aporte teórico. Fidel deixa em nós o espírito revolucionário, o patriotismo, o anti-imperialismo, a cultura socialista.

Fidel foi um internacionalista. A solidariedade internacional foi um traço distintivo essencial da revolução cubana. Como afirmou o intelectual cubano Fernando Martínez Heredia, em artigo publicado no sítio Cubadebate, cuja tradução em português foi publicada por Resistência, "Fidel expandiu e desenvolveu, em altíssimo grau, o conteúdo e o alcance das práticas e ideias revolucionárias mundiais por meio do internacionalismo cubano. Um apoio solidário, sem exigências, com o oferecimento de combatentes, médicos, professores, técnicos, exemplo ímpar de quem nunca deu do que lhe sobrava, um paradigma revolucionário, com Fidel sempre à frente, audacioso e fraterno".

Do seu inesgotável legado, o mais precioso patrimônio é a Revolução Cubana, que prossegue nas novas condições do mundo contemporâneo e do desenvolvimento nacional. Com Raúl Castro à frente do Partido Comunista e do Poder Popular, o povo cubano, educado por Fidel, seguirá dizendo presente na defesa das suas conquistas, na construção do socialismo, no exercício da solidariedade internacionalista, expressões máximas de que a história o absolveu, da invencibilidade de sua obra teórica e prática. Expressões do seu legado.

Os comunistas do Brasil também reivindicamos o legado de Fidel e seguiremos lutando pelo socialismo, de acordo com as características e a cultura da nossa gente e da nossa época, ao mesmo tempo em que recolhemos e incorporamos ao nosso ideário o conceito de Revolução por ele proclamado no discurso do ato de 1º de maio de 2000:

"Revolução é sentido do momento histórico; é mudar tudo o que deve ser mudado; é igualdade e liberdade plenas; é ser tratado e tratar os demais como seres humanos; é emancipar-se por nós mesmos e com nossos próprios esforços; é desafiar poderosas forças dominantes dentro e fora do âmbito social e nacional; é defender valores nos quais se crê ao preço de qualquer sacrifício; é modéstia, desinteresse, altruísmo, solidariedade e heroísmo; é lutar com audácia, inteligência e realismo; é não mentir jamais nem violar princípios éticos; é convicção profunda de que não existe força no mundo capaz de esmagar a força da verdade e as ideias".

Fonte: Resistência 

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