Paralimpíadas

Após doze dias de competição, os Jogos Paralímpicos Rio 2016 foram encerrados neste último domingo. O time brasileiro ficou em oitavo lugar na classificação geral, tendo conquistado 72 medalhas. Para o Comitê Paralímpico Brasileiro, essa foi a melhor participação brasileira da história. Nós, espectadores, só temos motivos para concordar.

Foram 14 de medalhas de ouro, 29 de prata e 29 de bronze. Foram 13 modalidades diferentes premiadas, contra 7 em Londres. Foram 113 atletas subindo ao pódio, contra os 42 de quatro anos atrás. Mais que isso, foram R$300 milhões investidos em uma delegação de 287 atletas. Isso mostra que investimentos são necessários e trazem resultados.

Como Secretário de Promoção da Igualdade Racial da cidade de São Paulo, acompanho muito o debate sobre diversidade no mercado de trabalho e travo uma luta diária para sensibilizar as empresas a destinarem recursos para a contratação de profissionais e fornecedores negros. Mas sei que o grupo de pessoas com deficiência também enfrenta desafios nessa área.

Apesar de a Lei nº 8.213, de julho de 1991, exigir que toda empresa com mais de 100 funcionários destine de 2% a 5% de suas vagas para profissionais reabilitados ou com deficiência, ela não é suficiente para corrigir os preconceitos da sociedade. Muitos profissionais altamente gabaritados são contratados para exercer funções menos qualificadas, somente para que a empresa possa atingir a meta estabelecida pela legislação. Mas preencher vagas não basta, é preciso aproveitar esses profissionais e o seu talento.

A lei de cotas sem dúvidas foi um enorme avanço para a representatividade desse grupo nos espaços de trabalho. Daqui em diante, precisamos seguir a fórmula dos investimentos paralímpicos e estimular o que cada um já tem de melhor. Os atletas paralímpicos são reconhecidos pelo que são: atletas. Os profissionais com deficiência também devem ser reconhecidos pelo que são: profissionais. Assim, teremos um país de campeões todos os dias.

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