Mulheres e Desigualdades

Quando falamos em diversidade, a primeira coisa que vem à cabeça das pessoas envolvidas com o tema nas corporações, antes mesmo da questão racial ou LGBT, são as mulheres. No entanto, raramente se inclui neste pensamento a questão das mulheres negras e a admissão, promoção e permanência delas no mercado de trabalho.

Recentemente, tive contato com duas pesquisas muito interessantes relacionadas ao tema que, por meio de dados, demonstram claramente este problema.

A primeira foi a pesquisa “Diversidade de Gênero e os Pilares da Saúde e Equilíbrio de Vida”, elaborada pela consultoria Mercer Marsh. Foram entrevistadas 267 empresas nacionais e multinacionais de diferentes segmentos da economia, a partir das quais se concluiu que apenas 10% dos cargos de diretoria são ocupados por mulheres.

A segunda, o “Perfil Social, Racial e de Gênero dos 200 Principais Fornecedores da Prefeitura de São Paulo” – realizada pela Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial (SMPIR) em parceria com o Instituto Ethos e com patrocínio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – foi mais a fundo na questão e considerou as mulheres negras no mundo corporativo.

A pesquisa exibe uma participação importante das mulheres nos postos de diretoria, gerência e supervisão. Quando, porém, é feito o recorte por cor ou raça, observa-se que as mulheres negras estão posicionadas na base da pirâmide. E assim continuam quando o recorte é por renda, mantendo-se a sequência da melhor à pior condição: homens brancos, mulheres brancas, homens negros e mulheres negras (em último lugar).

Para estudiosos do tema diversidade, as pesquisas servem apenas como indicadores que comprovam a quase total ausência de negros, e em especial mulheres negras, em cargos de comando.

O lado positivo é que a partir de estudos como estes, um número expressivo de empresas já começou a trabalhar de forma focada e incansável para o desenvolvimento de ações voltadas ao combate das desigualdades no mercado de trabalho.

Esperamos que em um futuro próximo possamos comprovar tais avanços por meio de estatísticas mais animadoras.

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