97 dias de Golpe: Temer gasta e você paga a conta

A decisão da Câmara dos Deputados de excluir a proibição de reajuste a servidores no projeto de renegociação das dívidas com os estados foi comemorada como a conquista de uma medalha olímpica. O texto ali foi posto apenas para despistar, tal quais os artefatos de calor que se lançam para atrair mísseis.

Era o objeto a ser retirado na “negociação” e, assim, desviar a atenção do objetivo central do projeto, que é a proibição de aumento geral de despesas acima da inflação. Por isso a decisão foi absolutamente inócua, na medida em que não elimina a regra geral que proíbe aumento de despesas de custeio acima da inflação. Desnecessário dizer que salários, saúde, segurança, educação, programas sociais, etc. são despesas de custeio.

É a farsa no seu auge. Os operadores do “governo” fingem uma “derrota” e a mídia “chapa branca” reverbera. Com o movimento social atônito e o povo passivo diante das manobras e truculências golpistas, eles seguem em frente.

A segunda grande farsa é vender a ideia de que o “governo” Temer está socorrendo os estados endividados. Esse projeto é para atender aos interesses de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, governados nos últimos 20 anos quase que exclusivamente por tucanos e demais pregadores da retórica de ajuste fiscal.

A dívida geral dos estados com a União é da ordem de 427 bilhões de reais, quase toda nesses 4 estados. Apenas São Paulo responde por 52% (221,34 bilhões); Minas, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul devem em torno de 80, 71 e 52 bilhões respectivamente.

Como se pode constatar, os tucanos que quebraram São Paulo – a unidade mais rica da federação – são os mesmos que tentam impor ajuste fiscal aos demais. É a velha retórica de “faça o que eu digo, mas não o que eu faço”.

Também é de São Paulo aquele “homem do pato”, que responde pela alcunha de Paulo Skaf e que não disse uma única palavra quando se descobriu que Laodse de Abreu Duarte, diretor da sua FIESP, era o maior sonegador do país. Devia mais de 7 bilhões ao fisco. Sumiu com seus patos amarelos, pois já encontrou um pato – você – para continuar pagando a farra que eles fizeram e pretendem fazer com o nosso dinheiro.

Já não restam mais dúvidas do caráter golpista e da vindita de Eduardo Cunha contra a presidenta Dilma Rousseff. Apesar de ter sido denunciado e flagrado em todo tipo de falcatruas, Eduardo Cunha continua tendo o apoio do PSDB, PFL (DEM), PMDB e demais partidos que sustentam o golpista Michel Temer, o que tem lhe assegurado o mandato até o presente. Levar o seu julgamento a plenário apenas após a votação do golpe contra a presidenta Dilma é uma clara sinalização de que eles pretendem honrar o compromisso com Cunha. A conferir.

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