Cinquenta e cinco dias de golpe: a farsa desmascarada!

Se o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff fosse minimamente sério, ele seria imediatamente suspenso quando as gravações de Sergio Machado e Romero Jucá (PMDB) vieram a público revelando os reais objetivos do golpe e agora quando a perícia do próprio senado atesta que a presidenta jamais fez pedalada, desmontando a tese central do pedido de impeachment.

Como não há um julgamento e sim um tribunal de exceção o processo continua como se absolutamente nada tivesse sido revelado, apesar da brava e valorosa resistência que a bancada de senadoras e senadores defensores da democracia ali tem sustentado. O objetivo central do golpe é interromper a política até então em curso e voltar a aplicar o velho manual neoliberal da época de FHC (PSDB), daí a determinação dos golpistas.

Como todos sabem, os governos Lula e Dilma se caracterizaram por um conjunto de programas e ações voltadas para melhorar a distribuição de renda e ampliar direitos sociais, dentre as quais não custa relembrar: valorização real do salário mínimo; criação de centenas de escolas técnicas e universidades; recomposição salarial dos servidores; 4 milhões de casa; luz pra todos; inserção mundial soberana e absoluto respeito as manifestações sociais e de trabalhadores.

O governo FHC foi o inverso, além de privatizações criminosas, arrocho salarial, regressão de direitos sociais e atrofiamento crescente do papel do estado. E sempre se comportou com absoluta submissão aos Estados Unidos da América. O golpe de Temer é para retomar essa agenda.

Isso talvez explique o baixíssimo nível de aprovação do “governo” Temer, após quase 60 dias de idas e vindas. O povo não tem saudade da política dos governos tucanos. Tem consciência que dessa turma não pode vir nada para melhorar sua vida. Sabe que até mesmo eventuais medidas bondosas nada mais são do que um recurso tático do qual ele lança mão para angariar algum apoio que lhe permita sacramentar o golpe no Senado, sem o que ele não poderá executar as privatizações, arrocho salarial, supressão de programas sociais, reforma da CLT e elevação da idade mínima para aposentadoria.

Temer não tem popularidade e muito menos confiança, mas não há um clamor pelo volta Dilma, apesar da evidência inconteste de que tudo isso não passa de um golpe. Há, portanto, um impasse.

O impasse decorre do fato de que o nosso campo e mesmo os nossos programas também foram atingidos e revelaram certo esgarçamento, razão pela qual entendemos que é preciso uma consulta popular, através de um plebiscito, para que o povo diga se quer ou não uma nova eleição presidencial. Sem medidas concretas não sairemos do impasse!

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