Copas dos Mundos

O futebol segue sendo uma paixão mundial. O magnetismo e o carisma do esporte que coloca onze contra onze e uma única bola em um campo gramado encanta, produz riquezas e fortíssimas emoções.

Vivemos atualmente a simultaneidade de dois grandes eventos da modalidade. Um a “Copa América do Centenário” nos Estados Unidos e o outro a poderosa “Euro-16” como se chama o campeonato europeu de seleções, Eurocopa, deste ano.

Tirando as coincidências de datas o resto é tudo diferente. Tanto pela organização quanto pelo o futebol jogado em campo.

Nos E.U.A. os melhores times são Argentina e o Chile. O primeiro por conta do talento genial do Lionel Messi, melhor jogador do planeta, que mesmo não jogando tudo o que pode, desfila seu objetivo futebol e consegue liderar “los hermanos” a semifinal. E o Chile do Ari Vidal e do futebol coletivo, de toques e de muita velocidade, faz parecer o Brasil de outrora. Aliás enfiou 7×0 no México e poderia ter feito mais se não faltasse humildade em gol. Provavelmente ambos irão decidir o título numa repetição da última Copa América quando o Chile sagrou-se campeão.

Do ponto de vista organizativo a festa americana não é um primor. Com pouca torcida (não conseguem lotar os estádios nem quando os donos da casa jogam) funciona bem. Com menos seleções do que a competição europeia é uma competição de “tiro” curtíssimo.

Mas é lá no velho mundo que o futebol de verdade é jogado. Os belíssimos estádios franceses sempre lotados de torcedores e alguns arruaceiros são atrações à parte.

Embora aumentando o número de participante o nível técnico não diminuiu, muito pelo contrário. Seleções sem tradição como Albânia e Islândia fazem bonito e contribuem para enriquecer os animados relatos dos que observam o torneio.

Com várias seleções com possibilidades de conquistar o título é naquele “pedaço” do mundo que se joga há pelo menos trinta anos o futebol mais bonito, técnico e competitivo do mundo.

Para se ter uma ideia a fortíssima Holanda, que goleou impiedosamente a Espanha há apenas dois anos na Copa no Brasil, sequer se classificou para a “euro”.

Alemanha, sempre ela, Itália, com dois brasileiros em seu plantel, França, a anfitriã, Espanha, Inglaterra despontam como favoritas, contudo não se pode descartar várias delas, Bélgica, Polônia, Suíça, país de Gales entre outras.

As questões envolvendo as torcidas dentro e fora dos estádios mostram que o mundo enfrenta de fato uma onda de violência e de intolerância sem precedentes. Ainda mais no caso especifico da França, o país enfrenta uma luta heroica dos seus trabalhadores contra perda de direitos imposta pelo governo local. Aeroportos, policiais, bancários, trabalhadores em geral estão se movimentando através de passeatas, protestos e paralisações que evidentemente repercutem negativamente na organização. Mas mesmo assim segue sendo uma atração à parte as belas cidades de Nantes, Bordeaux, Nice, Marselha e Lyon além de é claro, París.

Enquanto isso o nosso país que em crise institucional e política, tem gente que também acrescenta as “crises” moral e ética, nos encontramos numa espécie de segunda divisão do futebol mundial. 16º no ranking da FIFA padecemos durante dois anos com a ausência de técnico e o que é pior com dirigentes presos e uns impedidos de viajar e portanto incapaz de comandar. Recentemente após mais um fiasco em campo foi contratado o Tite, bom treinador do Corinthians que sabe sozinho pouco poderá fazer, mas que representa um alento. Ao menos ali treinando o time teremos alguém que conhece de tática e de estratégia futebolística e pode ao menos nos dar alguma alegria se nos oferecer algo do que vimos no alvi negro de Itaquera.

Torçamos. Afinal torcer é o que nos resta.

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