Diversidade paulistana

Nasci em Santo André, mas cresci em São Paulo e sempre considerei a capital uma cidade grande, não só territorialmente, mas também na dimensão humana e cultural um retrato do Brasil com todas suas faces e contrastes.

Mas na condição de Secretário da Igualdade Racial e no projeto Prefeitura no Bairro, liderado pela vice-prefeita Nádia Campeão, pude ter a noção exata dessa diversidade da capital paulistana, que não se dá apenas no centro com sua arquitetura antiga de prédios abandonados ou reformados, misturados com os cartões-postais e construções modernas.

Aqui passado e presente se encontram em todas as regiões, assim como o rural e o urbano se misturando em cores, realidades e contrastes em permanentes mudanças, expondo muitas vezes as problemáticas de uma sociedade desigual, violenta e preconceituosa; de inúmeras nacionalidades, classes sociais, etnias, religiões e culturas, comungando entre si a diversidade da megalópole neste século 21, onde o maior desafio é repetir o passado de convivência pacífica com o diferente, reafirmando esse que foi nosso maior patrimônio no século 20.

Se no século passado os bairros centrais como Bela Vista, Brás, Bom Retiro e Liberdade foram o berço de chegada e acolhimento de imigrantes italianos, espanhóis, árabes e japoneses, hoje é a periferia das zonas norte, sul e leste que tem sido o destino dos novos imigrantes como bolivianos, haitianos e africanos. Entender que a dinâmica de recepção de imigrantes, sejam eles fugitivos de guerras, de conflitos políticos ou de situação econômica, é uma das características de cidades com a dimensão territorial e de oportunidades como São Paulo, é o princípio básico para entender não só esse movimento, mas também compreender um pouco da nossa história.

Valorizar esta característica e saber como utilizá-la ao nosso favor, já é metade do caminho rumo a uma sociedade que pode ser o espelho de um Brasil melhor.

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