A História julga 

A História segue implacável, só que mais rápida nos tempos de agora. Embora muita gente se julgue imune ou até superior a ela, não tem jeito, ela acaba se sobrepondo de modo soberano e altaneiro em seus julgamentos.

Cada vez mais, entra em cena o agravante de que, com os recursos modernos, ela cai nos arquivos da memória nacional com a maioria de seus personagens ainda vivos. Ou seja, não serão seus filhos e netos que saberão do veredito, mas eles próprios.

Isto transcende o que a mídia possa estar dizendo deste ou daquele fato ou a opinião de parcela da população que a segue. E vale pra qualquer cidadão, mas tem maior peso sobre os que desempenham atividades públicas diversas. São políticos, juízes, promotores, policiais, jornalistas, governantes, todo tipo de gente, enfim.

A propósito do momento político atual, recortei um trecho da coluna da jornalista Tereza Cruvinel, esta semana, no portal 247:

“O perfil das instituições varia no tempo político. Houve um Supremo que negou Habeas Corpus a Olga Benário Prestes contra sua extradição para a Alemanha nazista. Grávida de Prestes, foi deportada, deu à luz num campo de concentração e ali foi executada. Houve um Supremo que resistiu à ditadura, e por isso teve alguns de seus mais notáveis ministros cassados, como Victor Nunes Leal, Hermes Lima e Evandro Lins e Silva. Os de hoje escolherão o que a História dirá do STF de hoje.”

Omissão global 

A cobertura do sistema Globo das manifestações da sexta-feira, 18 de março, foi mais que incompetente, foi omissa e parcial. A começar pelo fato de não ter sido ao vivo, como nas do dia 13, e com escancarada distorção nas estimativas de público, pra menos, claro.

Além do mais, nas poucas cidades onde havia câmeras, o posicionamento era visivelmente dirigido a espaços vazios, com cortes bastante rápidos. Alguns cinegrafistas confidenciaram que seguiam ordens superiores pra operarem assim.

Nãoão houve cobertura alguma em cidades importantes, como Belo Horizonte e Salvador, onde as manifestações foram enormes. Na capital baiana, por exemplo, segundo a PM, pelo menos 60 mil pessoas desfilaram na Avenida 7e Praça Castro Alves, palco dos grandes eventos populares de lá.
Este público foi pelo menos três vezes maior do que os 20 mil branquelas de se juntaram no Farol da Barra no outro dia. Mas a Globo não viu.

Donos da avenida 

Recentemente, a prefeitura de São Paulo determinou o fechamento da Avenida Paulista aos domingos, quando fica reservada ao lazer e convivência, como é o Eixão em Brasília, por exemplo.
Coxinhas chegaram a ganhar uma liminar na justiça pra passar com suas motos e carrões por ali aos domingos. A decisão foi derrubada em outra instância, mas a chiadeira continuou. Acusam o prefeito Haddad de populista.

No entanto, muitos deles fecharam aquela pista por 36 horas, na semana das manifestações dos dias 13 e 18, em protesto contra o governo federal. Isso, em pleno dia útil, e reclamaram ao serem retirados pela PM do estado.

Alô, comissão

A maioria dos entrevistados nas manifestações do dia 13, falava coisas genéricas contra corruptos ou criticava o governo por causa de programas sociais.

Uns não conseguem mais empregada, outros não trocaram de carro. A maioria nem quer saber o que é mesmo corrupção, embora muitos em trajes finos, quem sabe frutos de dinheiro ilícito. Alguns médicos, inclusive dirigentes sindicais, estavam o programa “Mais Médicos”.

Já nas manifestações do dia 18, os entrevistados falavam coisa com coisa, inclusive a respeito do juiz Sérgio Moro (PSDB-PR) e do chefão do esquema, o ministro Gilmar Mendes (PSDB-MT).
A Comissão do Impeachment na Câmara presidida por Eduardo Cunha deve estar atenta a isso, não?

Cuba

Uns coxinhas mandaram todo mundo que é a favor de Dilma ir pra Cuba, mas o Obama furou a fila.

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