Guerreiras do Brasil

O pioneirismo vem de Clara Camarão, que lutou contra os holandeses no Nordeste; Maria Quitéria, defensora da Independência na Bahia; e Maria Curupaiti, heroína da Guerra do Paraguai. As mulheres guerreiras do Brasil sempre foram à luta com brio e determinação, em uma trajetória de conquista da inclusão institucional em campos vedados a elas. Se apenas agora o Japão vai permitir que pilotem caças, há um bom tempo as brasileiras já estão no manche desses aviões de combate.

Desde 1980, quando foram legalmente admitidas, excetuando-se a Segunda Guerra Mundial, em que atuaram em corpos auxiliares, as mulheres conquistaram um índice de cerca de 20% no efetivo das três Armas, sendo lícito aspirar que cheguem a um percentual proporcional aos 50% que constituem na população. Os testemunhos dos comandantes indicam que elas desempenham, sem distinção de gênero, tarefas que a tradição reservava aos homens, e assim sobem nas patentes. Algumas já se inscreveram na história das Forças Armadas, como a contra-almirante Dalva Mendes, a primeira a atingir o posto de oficial-general, e a aviadora Carla Borges, pioneira no comando de um caça AMX.

A legislação acerca dos assuntos militares acompanha a trajetória de inclusão das mulheres em todas as atividades do mundo moderno. A Lei nº 12.705, por exemplo, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em agosto de 2012, as admite como combatentes do Exército Brasileiro com possibilidade de lutar como qualquer outro soldado. Isentas do serviço militar obrigatório aos homens, podem ser alcançadas por futuras leis, que estão em debate no Congresso Nacional, para que tenham a opção de se alistar na Marinha, Exército ou Aeronáutica – se desejarem desfrutar a escola de civismo e valores que o ambiente militar proporciona.

O panorama se desenha num ciclo peculiar, pois, pela primeira vez na História do Brasil, também uma mulher é comandante-chefe das Forças Armadas por sua condição de presidente da República.

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