Lindo movimento

O movimento de ocupação das escolas públicas paulistas pelos alunos e professores, é um dos mais belos movimentos dos últimos tempos.

Para a propaganda dominante, a escola pública está falida, os seus estudantes desinteressados tanto em aprender como em participar dos projetos pedagógicos de suas escolas, os pais não se interessam pela educação dos filhos, etc.. etc.

O que prova esse movimento? exatamente o contrário! A escola foi tomada por aqueles que são os seus verdadeiros donos, os estudantes, os trabalhadores de educação, pais e comunidade.
Tomaram para si a responsabilidade de defender a sua escola com tudo que ela representa.

Para o autoritário Governo Alckmin a escola é apenas um espaço físico, os trabalhadores da educação simples estruturas ósseas que podem trabalhar em qualquer lugar com qualquer aluno, na escola que não existem vínculos, existe apenas rotina. Uma escola que pode ser refeita em qualquer lugar. Essa é a escola para esse governo.

O que esse movimento prova e chama a atenção da sociedade, é que a escola e a educação estabelecem vínculos, que ensinar a aprender não se dá em qualquer lugar de qualquer jeito, que a escola não é apenas espaço físico, é algo muito mais complexo e vivo a pulsante.

O Governo Alckmin, aliás, é especialista em deturpar, com sua pratica, importantes princípios educacionais, quando de forma ágil, incorpora no seu projeto autoritário e de negação da qualidade da educação, elementos educacionais de caráter progressista. Foi o caso da progressão continuada, que de visão avançada de avaliação, se transformou, nas mãos do governo do PSDB de São Paulo em uma atrocidade, na qual os alunos saiam sem aprender e os professores frustrados com o processo de ensino aprendizagem, assim aconteceu também com a universalização da educação fundamental, que feita sem aumentar o número de salas, de escolas e de professores, tornou-se infelizmente fator de dificuldades que acarretaram diminuição da qualidade da educação.

Agora, de forma autoritária e com explicita intenção de diminuir custos e racionalizar o sistema estadual de forma a torna-lo menos oneroso, impõe a organização por ciclos, que do ponto de vista pedagógico poderia representar até um avanço, se viesse acompanhado de debate, de planejamento democrático, do não fechamento de escolas e de aumento do número de professores e diminuição do número de alunos por sala. Enfim a organização por ciclos nas mãos do governo do PSDB se transforma em algo deplorável.

O movimento secundarista e os estudantes que ocuparam as escolas estão ensinando que a escola pública não está falida, não pode ser descartada. Parabenizo os pais, professores e comunidade que mostram que a escola pública tem dono e tem vida.

São 150 escolas ocupadas, um grande recado.

Não foi à toa que os desembargadores do Estado de São Paulo decidiram que não tem sentido reintegração de posse das escolas públicas “ocupadas”, como quer o governo Alkmin. Não há como tomar posse porque quem está dentro da escola e defendendo o espaço pedagógico são os seus verdadeiros donos.

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