Angola, 40 anos de independência!

No próximo dia 11 de novembro Angola e seu povo comemorarão quarenta anos de independência. As comemorações justas e merecidas podem ensejar avaliações que observe tal acontecimento, a partir de diversos ângulos.

Afinal, este importante país, da costa ocidental da África, República de Angola, cujo território principal é limitado a norte e a nordeste pela República Democrática do Congo, a leste pela Zâmbia, a sul pela Namíbia e a oeste pelo Oceano Atlântico, Possui 21 milhões e quinhentos mil habitantes, falando oficialmente a língua portuguesa, travou uma intensa batalha política e militar para se libertar do julgo colonial.

A vitória da libertação de Angola se deu na esteira da Revolução dos Cravos e a consequente alteração de conduta do governo oriundo do ocorrido em abril de 1974 em Lisboa. Evidentemente que a própria Revolução dos Cravos, foi um subproduto da crise por qual passava Portugal e que tinha como combustível além da crescente crise econômica também e principalmente as ações organizadas das forças vivas e amplas e atuantes nas colônias africanas, notadamente Angola e Moçambique.

No que pese a luta cruenta desenrolada por mais de 10 anos encabeçada pelo MPLA, consta nos anais da história oficial de Portugal que o Alto Comissário e Governador -Geral de Angola, almirante Leonel Cardoso, em nome do Governo Português, foi quem proclamou a Independência daquele país.

Teria dito o militar na ocasião:” … E assim Portugal entrega Angola aos angolanos, depois de quase 500 anos de presença, durante os quais se foram cimentando amizades e caldeando culturas, com ingredientes que nada poderá destruir. Os homens desaparecem, mas a obra fica". Vejam vocês que mesmo sob a égide de um governo, autodenominado, progressista com forte e atuante presença dos comunistas, Portugal relutou e muito, apesar do palavreado gentil, em retirar-se do domínio de Angola.

O que ocorreu em dois terços deste período de independência, todos nós sabemos. Guerra civil, incentivada por terceiros, apimentada pela “Guerra Fria”, que deixou o país semidestruído. Os Estados Unidos foram publicamente incentivadores da Unita guerreira contra o MPLA. Ou seja, depois de vários anos de guerra contra a colonização, chamada por eles de “Guerra Colonial”, o país entrou em uma guerra interna que dizimou quase dois milhões de nativos e destruiu basicamente toda a infraestrutura local.

Só a partir de fevereiro de 2002, portanto há, apenas, 13 anos, a guerra acabou.
Desde e a partir daí o governo do Presidente Eduardo dos Santos, tem focado suas ações em dois vetores: a consolidação da paz e o desenvolvimento econômico.

A situação de crise mundial do sistema capitalista afeta o país. Assim como, também a crise envolvendo os valores do Petróleo. Evidentemente que a situação de pobreza em que vive a maioria da população não poderia ser resolvida de uma hora para outra. A estratégia do governo, ao meu ver acertada, busca diversificar sua economia. Buscando deixar de ser refém do “ouro negro” e do diamante que durante os anos de conflitos foram as únicas e principais fontes de sobrevivência da nação.

Neste contexto a contribuição do Brasil, em especial dos governos do Presidente Lula e da Presidente Dilma, tem sido fundamental. A ligação histórica, cultural, linguística e política tem sido uma fonte de apoio e incentivo importante a Angola e ao governo.

A entrada de empresas brasileiras, algumas que estão lá desde o período logo após a independência, tornam a simpatia deles elemento “fundante” da busca de ampliação de relações comerciais, turísticas, sociais e etc.

O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola, isso nos idos de novembro de 1975. Ao assim proceder, em pleno governo militar, nada fez mais, do que dar sequência a mais de quatro séculos de relações históricas, que começou imposta pelo colonizador único, mas que no decorrer dos anos passou a ser lago espontâneo e reciprocamente entendido e fortalecido. Mesmo quando os nativos de lá, foram trazidos como escravos para cá, foram na luta cotidiana pela liberdade, envolvido com os que aqui já estavam. Formando uma união fundamental nas constituições de quilombos, revoltas e fugas que culminaram com a liberdade enfim conquistada.

Hoje o governo e o país buscam caminhos para se desenvolver e o fazem com habilidade, amplitude, firmeza e nitidez de rumo. Souberam adequar-se à nova realidade política e econômica mundial. Buscam através do intercâmbio ampliar seus horizontes e dar ao seu povo, seu combativo povo, cada vez mais e melhores condições de vida e perspectiva de futuro.

Sofrem evidentemente a pressão normal dos que dos rumos discordam. Mas, ao observar atentamente, vejo pouco, muito pouco movimento contrário a direção geral do país.

Que o 40º aniversário deste país irmão sirva para que as gerações atuais e futuras mantenham erguidas e incólumes as ideias preconizadas pelo grande líder, médico e poeta, fundador da nação angolana moderna. Sr. Agostinho Neto.

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