A força histórica da moda

A seguir a Bíblia, a fabricação de vestuário foi a primeira indústria do mundo, quando Adão e Eva, percebendo-se nus “coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais” (Gênesis 3:6). 

O pioneirismo repetiu-se em todas as civilizações nascentes: para cobrir “as vergonhas”, como diz a Carta de Caminha, e proteger o corpo das intempéries, o ser humano desenvolveu a arte de processar peles e fabricar panos e roupas – atividade que levou à moda e à alta costura, e hoje movimenta globalmente uma cifra astronômica estimada em R$ 12 trilhões.

Mercado que depende de constante inovação tecnológica, em equipamentos, matéria-prima e processos, a indústria têxtil tem no Brasil um valor histórico e econômico que o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação está reiterando e incentivando. Acabamos de firmar um acordo de cooperação científica com Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e o Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral (Sinditêxtil-SP).

O objetivo é tornar o setor mais competitivo e sustentável, investindo na inovação, para aumentar a competitividade e aprimorar o uso de recursos naturais cada vez mais preciosos, como água e energia. Assim, a indústria nacional mantém em alta sua função social de atender a uma necessidade básica do ser humano, gera negócios, com faturamento de 53,6 bilhões de dólares em 2014, e empregos, pois, depois da construção civil, é o que mais oferece postos de trabalho em suas 33 mil empresas.

A vitalidade da indústria têxtil é proporcional à sua dimensão histórica. Na raiz da Revolução Industrial, forjou economias nacionais nos primórdios da industrialização. No Brasil, é admirável que, apesar da agressiva concorrência estrangeira, mantenha-se como o quinto maior parque têxtil e esteja entre os quatro maiores produtores de vestuário do mundo. Das peças mais simples e baratas, evoluímos para o criativo nicho da alta costura, que nos distingue tanto quanto a excelência de nossas modelos

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