Poucas e algumas

O debate recorrente em torno da possibilidade de legalização dos jogos de “azar” permanece eivado de hipocrisia, miopia e certo charlatanismo.

As acusações e ilações veiculadas pela mídia obedecem rigorosamente a orientação do vetor oposicionista irresponsável e inconsequente, falsamente moralista.

Os jogos não são proibidos em quase lugar nenhum no mundo. E o debate, ganha força, momentânea até porque num momento de necessidade de superar a crise fiscal é evidente que as arrecadações tributárias oriundas dos jogos seria um importante aporte imediato.

Os jogos de azar são jogos nos quais os que têm sorte são os que ganham com o azar dos outros jogadores, devido à diferença de probabilidades entre a sorte e o azar. Como as probabilidades da sorte são escassas são muitos mais os que têm “azar”, daí que tais jogos são sustentáveis através das perdas dos jogadores que financiam os que vão ter a sorte. A sorte de ganhar ou perder não depende da habilidade do jogador, mas exclusivamente de uma contingência natural baseada numa realidade produzida chamada de probabilidades matemáticas. A essência do jogo de azar é a tomada de decisão sob condições de risco, conhecendo-se o regulamento.

Assim, a maioria desses são jogos de apostas cujos prêmios estão determinados pela probabilidade estatística de acerto e a combinação escolhida. Quanto menor é a probabilidade de se obter a combinação correta, maior é o prêmio porque aumenta a quantidade ou probabilidade do azar em relação à sorte.

Existem muitos mitos ao redor do jogo de azar, como a crença de que normalmente há mãos escondidas para evitar aos jogadores obter os prêmios maiores. A verdade é que existem diversas regulações e standards em todo o mundo, que regulam a indústria do jogo de azar, junto com intensivos controles para evitar a fraude. Esses controles são ainda mais fortes nas jurisdições onde o jogo de azar é uma atividade econômica principal. O princípio dos controles surge da premissa que os Estados são beneficiados pelos impostos pagos pelos cassinos, ao mesmo tempo em que os cassinos evitam problemas políticos e pressões dos mercados ilegais permanecendo dentro da legalidade.

O curioso é que a proibição dos jogos de azar no Brasil, se deu por uma questão bastante polêmica, sua origem e o motivo, não se originou como pontos de discussão em nenhuma das casas do Congresso Nacional. A proibição dos jogos de azar se deu no ano de 1946, logo após a posse do Presidente da República, o General Eurico Gaspar Dutra, por sugestão, ou imposição dizem, da sua assessora direta e esposa e Primeira Dama Carmela Leite Dutra (Dona Santinha). O Gênio da Lâmpada, como era chamado, o General Presidente, justamente por seu hábito de tomar decisões na alcova sob as caricias da esposa, que era católica devota, ligada a ala mais direitista da igreja. Foi lá sob a luz da “lâmpada” que era teria feito os três pedidos (ou ordens). Proibição do Jogo do Bicho; Fechamento do Partido Comunista e a construção de uma capela no Palácio Guanabara, residência oficial a época da Capital Federal carioca. Não se sabe se é verdade o fato é que após os três “pedidos” feito e atendidos o apelido pegou. E no dia 30 de abril de 1946 três meses depois da sua posse foi assinado o decreto.

O jogo mesmo proibido nunca deixou de existir. A condição de clandestinidade deixa como ganhadores apenas policiais e membros do judiciário que são corruptos e os donos dos jogos evidentemente, O governo e o estado brasileiro poderiam arrecadar recursos importantes e ao mesmo tempo a
Fiscalização e o controle seriam praticados de forma regular e coibiriam abusos e tentativas criminosas.

O debate precisa ser feito e os que têm coragem deveriam travá-los no Congresso agora que foi proibida a contribuição empresarial para as campanhas torna, por assim dizer, o ambiente menos carregado para aprovar tais medidas.

A imbecilidade tucana encabeçada pelo Aécio chega às raias do absurdo. As medidas de ajustes propostos pelo governo federal (com as quais eu não concordo), mas consolidada na cartilha e cantilena tucana, foi rejeitada quase por unanimidade pela bancada que tem 50 Deputados. Só um votou com coerência. O que mostra que esses penosos do bico grande não pensam no Brasil. Nem no Brasil que eles defendem e nem no programa que eles apresentaram em 2014. A única disposição da oposição é dizer não a tudo que a Dilma propõe.

Desgastá-la mesmo que com ela se desgaste também o que eles defendem. “É possível fazer oposição sem ser irresponsável com as contas públicas” disse o Deputado por São Paulo Samuel Moreira voz isolada na bancada das aves.

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