Abrindo os braços para ir adiante 

Quando a ameaça se apresenta por todos os lados e a gente corre o risco de ser engolido, o jeito é abrir os braços e resistir.

No Brasil de hoje, diante da onda conservadora, trata-se de resistir, reaglutinar forças e avançar.

Este é o sentido da Frente Brasil Popular, que será lançada em Belo Horizonte, sábado próximo, 5. Uma mescla de entidades da luta social – CTB, CUT, UNE e MST, parlamentares e integrantes de partidos como o PCdoB, PT, PDT e PSB – e personalidades de destaque – intelectuais, economistas, jornalistas, artistas, produtores culturais, religiosos. Ampla e plural, com clara conotação à esquerda – pela pauta que adota, pelo perfil de sua composição.

E é ótimo que assim seja, pois no tiroteio instalado na arena política, quem enxerga pelo menos um palmo adiante do nariz percebe a necessidade de aglutinar energia criadora e potencial combativo, de caráter mais avançado, concomitantemente com o diálogo construtivo com segmentos que se afastam do movimento golpista e defendem a governabilidade e a ordem democrática.

Diálogo que há de ser amplo, ousado, despido de preconceito e estreiteza – pela ultrapassem do ajuste fiscal e a retomada do crescimento. Sem desconhecer, entretanto, que como fogo de monturo, urdem-se saídas para a crise tanto de matiz conservador, como progressista. Há uma disputa de projetos – inclusive no interior do governo.

Daí a pertinência dos pontos inicialmente apresentados para debate pela Frente Brasil Popular: defesa reformas estruturais democráticas, da democracia, dos direitos dos trabalhadores, da soberania nacional e da integração latino-americana – que informarão o conteúdo essencial do Manifesto a ser divulgado.

Ou seja, preservar as conquistas alcançadas nos últimos doze anos e retomar a senda transformadora, sem espaço para retrocessos.

Uma vez formalmente constituída, a Frente Brasil Popular se depara, desde já, com o duplo desafio de dialogar amplamente com outros segmentos em torno de pontos afins – no exame, por exemplo, da Agenda Brasil oriunda do Senado -; e de mobilizar a base da sociedade em torno de suas bandeiras. Em âmbito local, nos estados e municípios, é preciso contornar as disputas que já se ensaiam em torno do pleito municipal vindouro e tomar iniciativas unitárias.

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